O Museu Municipal de Loulé e o Museu Nacional de Arqueologia
estão a organizar uma grande Exposição conjunta intitulada «Loulé -
Territórios, Memórias e Identidades», que trata a ocupação humana do território
desde a Pré-história à Idade Média, e que terá lugar no primeiro semestre de
2017, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. O Município de Loulé,
inserido na sua política e estratégia cultural, considera esta parceria um
investimento precioso a dois níveis: o do conhecimento, através da produção de
um catálogo da exposição que reúne vários especialistas, e o da valorização da
identidade do Concelho e da autoestima das suas populações, tendo a
possibilidade de (re)ver o seu Património na capital do país, num monumento
emblemático – o Mosteiro dos Jerónimos - e numa instituição que teve como
diretor um louletano – Manuel Viegas
Guerreiro.
«Loulé – Territórios, Memórias e Identidades» é um
investimento no Património Cultural do Concelho, conferindo-lhe uma função
social acrescida e, por outro lado, é um momento marcante para a história da
instituição Museu e da sua equipa, pois permite aprofundar o conhecimento das
coleções, permite novos olhares, novas questões e novas relações entre as entidades
que partilham o património louletano. A Exposição é comissariada por Victor
Gonçalves, Catarina Viegas e Amílcar Guerra, da Universidade de Lisboa, Helena
Catarino, da Universidade de Coimbra, e Luís Filipe Oliveira, Universidade do
Algarve, reunirá um acervo de centenas de peças e contará com a participação de
várias instituições que cedem peças a título de empréstimo.
O trabalho de preparação de uma exposição é (quase) sempre
invisível. Nesse processo, a construção de conhecimento, a recompilação de
dados e a construção de novas narrativas sobre o território são alguns
benefícios, outro é a incorporação definitiva dos bens arqueológicos
provenientes de escavações realizadas no sítio de Corte João Marques, em 1978,
sob orientação científica do Professor Victor Gonçalves no Museu Municipal de
Loulé, fechando-se assim um ciclo de estudo e abrindo-se um novo ciclo de
salvaguarda, que tem como missão garantir a sua difusão e «devolução» à
comunidade. O espólio arqueológico do Corte João Marques regressa, assim, a
Loulé passados 30 anos, integrando o acervo do Museu Municipal.