Com um saldo de tesouraria de quase 55 milhões de euros, o
Município de Albufeira foi considerado como o de «maior equilíbrio financeiro»
do país, revelou o edil Carlos Silva e Sousa no discurso de Ano Novo, durante o
qual apresentou, perante cerca de uma centena de munícipes, diversos projetos e
investimentos de futuro.
Quando Carlos Silva e Sousa iniciou as suas funções como
Presidente da Câmara de Albufeira, o Município tinha uma dívida, entre
empréstimos e a terceiros, de cerca de 51 milhões de euros. Volvidos cerca de
três anos, a dívida ronda os 15 milhões, o que significa uma amortização de
cerca de 35 milhões de euros. Atualmente, o saldo de tesouraria é de cerca de
55 milhões de euros, o que motivou uma palavra de reconhecimento do presidente
ao trabalho realizado pelo Vereador responsável pelas Finanças, José Carlos
Martins Rolo.
No entanto, Carlos Silva e Sousa alertou que tais
indicadores não significam ausência de preocupações. “Vai manter-se o rigor na
gestão financeira porque vamos continuar a estar muito atentos ao apoio social,
à educação e à promoção turística”, indicou. Lembrando as cheias de 1 de
Novembro, o autarca voltou a salientar a solidariedade da comunidade
albufeirense para com a reconstrução da baixa da cidade. “Em pouco mais de mês
e meio, a tempo de celebrarmos uma data emblemática, a Passagem d’Ano. Quando
muitos não acreditaram nesta possibilidade, nós acreditamos e conseguimos, não
podendo deixar de salientar o esforço do nosso Departamento de Infraestruturas
e os empreiteiros que procederam à sua recuperação, salientando que nos fizeram
«preços de combate» porque sabiam que o pagamento seria imediato, como foi”,
salientou.
Depois deste esforço feito na recuperação financeira, o
Município está agora em condições de avançar com um conjunto de investimentos
estruturais. Quanto a investimentos a curto e médio prazo, o Presidente
salientou o Plano de Drenagem, três novos lares, um em Olhos d’Água, outro nas
Fontainhas (Ferreiras), em parceria com a Nuclegarve, e outro em Albufeira, em
conjunto com a ASHA. Quanto a Cuidados Continuados, pretende-se aumentar a
capacidade para o dobro, em conjunto com a Fundação Silva Leal, num
investimento a ser realizado na Guia e como complemento ao lar já
existente.
Outro investimento previsto é a construção de um Quartel da
GNR para Olhos d’Água em parceria com o Ministério da Administração Interna e
está programado um novo Quartel para os Bombeiros Voluntários de Albufeira.
Entretanto, na Freguesia da Guia, o Mercado será ampliado de forma a colocar no
local um serviço de correios. Também o Polidesportivo vai ser transformado numa
praça de lazer e eventos, conforme ditou o mais recente Orçamento
Participativo. Em Ferreiras, irá nascer um cemitério, tendo sido assinada ontem
a escritura do terreno. Aquela Freguesia terá em breve a sua sede de Junta de
Freguesia, num imóvel já adquirido, o qual terá igualmente capacidade para
cinco apartamentos no âmbito da Habitação Social.
Para este tipo de habitação prevê-se que seja feito um
investimento num terreno junto ao Mercado de Caliços. Quanto a Albufeira, estão
a ser atualmente negociados os terrenos próximos do EMA para ali se fazer um
parque com possibilidades de serem realizadas feiras e mercados. Em termos
culturais, outra novidade, embora “sem forma de promessa”, é a possibilidade de
se construir um Conservatório com ensino superior em terrenos adjacentes à sede
da AHETA. Em Paderne, o Museu do Barrocal será outro projeto a ser
retomado.
A regeneração urbana, onde Albufeira viu aprovada com mérito
uma candidatura aos fundos do FEDER, será uma das áreas de destaque. A Praça da
República será para breve um dos motivos de visita cultural da cidade, sendo
que, por parte de privados há o consenso de recuperação de fachadas, no valor
de cerca de seis milhões de euros, com vista a tornar aquela área mais
vantajosa economicamente. O mesmo se passa com o antigo quintal da Câmara, onde
decorrem intervenções a fim de devolverem aos cidadãos e turistas a antiga
Igreja Matriz de Albufeira. À entrada da cidade, os Moinhos do Cerro de
Malpique irão ser polos de atração turística e de formação, mediante a criação
naqueles moinhos, de um centro de Interpretação. De resto, no campo da
Educação, já existem quatro hectares de terreno para a futura Quinta
Pedagógica. Para a Encosta do Cerro está prevista a criação de um Jardim.
Quanto às previsões do Orçamento, será investido um milhão
de euros em parques infantis e reparações dos mesmos, meio milhão de euros na Ação
Social, 350 mil euros em parques Infantis e cerca de um milhão de euros no
ordenamento do território. Quantia igual será direcionada para Saneamento, ao
passo que o fornecimento de águas irá absorver cerca de 300 mil euros no
próximo ano. À Cultura cabem cerca de 600 mil euros, o mesmo estando destinado
ao Desporto. As estradas e caminhos serão alvo de intervenções no valor de
cerca de seis milhões de euros. Entretanto, mais de um milhão e meio de euros
estão destinados à Iluminação Pública. Um novo Centro de Saúde familiar é uma
aposta já iniciada, o mesmo se podendo dizer do apoio aos clubes e associações
que será reforçado e, neste capítulo haverá investimentos no Complexo
Desportivo de Ferreiras e no Estádio Municipal.