Está praticamente tudo a postos para mais uma edição do Carnaval de Loulé, que nos dias 25, 26 e 28, a partir das 15h, irá desfilar na Avenida José da Costa Mealha. No armazém municipal do Carnaval ultima-se a preparação dos carros alegóricos inspirados no tema «Os Descobrimentos – A Grande Geringonça». “Procurámos, mais uma vez, satirizar o que vai acontecendo pelo país e pelo mundo, daí termos agarrado a grande novidade do ano político que passou que foi uma solução política improvável, batizada com um nome feliz para um cortejo carnavalesco: «A Grande Geringonça»”, referiu Vítor Aleixo, presidente da Autarquia, durante uma visita ao local onde estão a ser construídos os 15 carros que irão participar neste evento.
As figuras da política e do desporto voltam a estar em destaque neste desfile que contará com cerca de
700 figurantes, entre os grupos de samba, associações do Concelho, animadores, cabeçudos, gigantones e alguns foliões que são já «profissionais» deste Carnaval. Marcelo Rebelo de Sousa surgirá em Loulé com a sua «Nau Presidencial», na figura de um monarca que irá vender beijos, abraços e selfies «a pataco». Já António Guterres, mais um dos navegadores deste Loulé folião, enquanto presidente da ONU, terá o difícil trabalho de afastar todas moscas que afetam a paz mundial e que estarão neste corso, por exemplo, o chefe de Estado norte-americano que trará as suas «trumpalhadas» ao mais antigo Carnaval de Portugal. No mundo do futebol, teremos um Jorge «Jasus» à deriva numa barcaça repleta de moedas de ouro, numa sátira ao atual momento do Sporting e do técnico que trocou o Benfica pelo clube de Alvalade.
O carro de homenagem ao pintor e artista louletano Luís Furtado será um dos mais aguardados do corso. “Este ano temos a oportunidade de homenagear aquele que foi um dos grandes nomes de todos os cortejos em termos conceptuais, de criatividade na decoração do recinto da Avenida José da Costa Mealha, mas também de desenho de carros alegóricos, ao longo de muitos anos”, explicou o presidente da Autarquia. À semelhança do que tem acontecido nas últimas edições, em que foram homenageados Júlio Guerreiro, Inácio Nunes, Professor Duarte e José Baptista, a organização irá reconhecer publicamente mais um dos nomes que fizeram (e fazem) a história deste corso.


A organização do evento integra uma equipa composta por mais de 150 pessoas que, durante meses, põe de pé aquele que é um dos principais cartazes turísticos da região nesta altura do ano. Artistas plásticos, carpinteiros, eletricistas, operacionais de limpeza, tratoristas ou seguranças fazem parte desta “máquina treinada e oleada e que não é nenhuma geringonça”, como sublinhou o autarca louletano. Uma equipa coordenada pelo Gabinete de Eventos da Autarquia, na qual se destaca também o papel importante das costureiras responsáveis pela elaboração dos trajes que vestem os figurantes, anos após ano.
É para dar a conhecer esse valioso espólio que a Câmara lançou este ano a Exposição «Tesouro Escondido», com curadoria de Sónia Mendes, em exibição nas montras das lojas da Praça da República. “Começámos agora a destapar este tesouro, composto por três mil fatos que carregam memória. Foi feita uma inventariação e catalogação e vamos agora partilhar este tesouro com as pessoas que o queiram ver”, indicou Hugo Nunes, vice-presidente da Autarquia e responsável pela organização do corso.
As condições de segurança do recinto também não foram esquecidas e, num trabalho que envolveu a participação dos serviços municipais, das forças de segurança, dos serviços de saúde e bombeiros, foi elaborado o Plano de Segurança do Carnaval, que arrancará logo na sexta-feira, 24 de fevereiro, com o desfile de Carnaval Infantil. Segundo Vítor Aleixo, se as condições meteorológicas forem favoráveis, são esperadas em Loulé nestes três dias do corso cerca de 100 mil pessoas. O custo das entradas é de dois euros, mas a receita arrecadada irá reverter, em 50 por cento, para as IPSSs do Concelho, sendo a outra metade distribuída pelos 10 clubes e associações que integram o desfile.