No âmbito do programa «Tavira, Património e Artes» realiza-se,
no dia 25 de março, pelas 21h30, na Ermida de Santa Ana, o concerto de música
medieval e renascentista Ensemble Diferencias, constituído por Sara Ponte
(flautas), Susana Moody (contralto, viola de gamba e percussões), Nuno
Vasconcelos (vihuela), Filipe Simões (percussões) e Gonçalo do Carmo
(gaita-de-foles, flautas e percussões).
Na Idade Média, os instrumentos musicais mais utilizados na
prática diária eram associados à música profana, sendo os mais comuns, na
família das cordas, a lira romana, a harpa medieval, o vilelle/fiedel, o
organistrum, o saltério e o alúde, enquanto nos sopros destacavam-se as
flautas, as charamelas, as trombetas e as gaitas-de-foles. A percussão marcava
o tempo do canto e da dança com tambores variados e, na igreja, tocava-se,
apenas o órgão. Jograis, menestréis, trovadores e troveiros entoavam monodias
acompanhados por estes instrumentos.
O movimento trovadoresco desenvolveu-se, em Portugal, com
Martim Codax nos tempos de D. Sancho I e D. Diniz, havendo, neste tempo, uma
grande produção musical, não só com canções mas também com poemas. Afonso X de
Espanha (avô de D. Diniz) compilou as 400 canções de Santa Maria no séc. XIII,
emblemáticas da música trovadoresca na Península Ibérica, em galaico-português
(e não em castelhano), destacando-se, em Portugal, D. Sancho I, D. Diniz e
Martim Codax como os maiores trovadores.