No próximo dia 15 de abril, pelas 21h30, o Cine-Teatro Louletano acolhe a 3.ª edição do Festival Encontros do DeVir – cidades utópicas, cidades possíveis, cidades internacionais, apresentando um espetáculo interdisciplinar que pretende dar uma visão de Loulé a partir de cinco olhares/criações. O espetáculo integra a viagem sentimental por Loulé do prestigiado coreógrafo e bailarino Francisco Camacho, que partilha o que o seu olhar abarcou quando primeiro chegou a Loulé, num misto de curiosidade, inquirição e uma estranha familiaridade.
A proposta assenta nessa posição de forasteiro que chega a um lugar tentando compreender os seus códigos e as suas gentes, abordando a história dessa localidade e cruzando-a com o seu percurso de vida. Se Loulé é entusiasta e protagonista maior do Carnaval, o coreógrafo, apesar de nunca se ter rendido aos apelos do evento, mascara-se frequentemente em cima do palco e não desdenha encarnar algumas das figuras locais; não sendo crente, uma procissão como a da Mãe Soberana exerce sobre ele um profundo fascínio; e pedalar em cima de uma bicicleta é, por outro lado, um gosto que partilha com tantos louletanos. Desafiado a fazer uma criação a partir de pensar a cidade de Loulé, o coreógrafo devolve o desafio, interpelando, por sua vez, os espectadores a identificar quem é Francisco Camacho.
O espetáculo inclui ainda «Sexto Olhar», um texto de Lídia Jorge com ilustração de Sara Feio e leitura de Susana Menezes, bem como roteiros alternativos & itinerários subjetivos por Luís da Cruz e Miguel Mendes, com vídeo de Jorge Mestre Simão. Junta-se ainda a exposição de fotografia «O interesse pelo lugar», de Luís da Cruz, patente ao público de 11 a 15 de abril no foyer do Cine-Teatro. Este festival tem como temática a descaraterização de cinco cidades no Algarve Central, colocando as seguintes questões de partida: Como nos vimos? Como nos veem? E como nos damos a ver?  Envolve um total de 38 criadores (seis internacionais e 12 fotógrafos amadores) e apresenta 32 criações (26 novas encomendas), cinco visitas guiadas, três exposições, dois documentários, um workshop de fotografia e urbanismo.
A organização do evento é da DeVIR/CAPa, numa iniciativa cofinanciada pelo programa 365 Algarve, Turismo de Portugal e municípios de Faro, Loulé e S. Brás de Alportel. Conta com os apoios da Al-Portel, Museu do Trajo – Amigos do Museu, Universidade do Algarve, Monterosa, Quinta da Fornalha, Granturismo, Aldeia da Luz, INTPA (Áustria), Gabriela Tudor Foundation (Roménia) e Arts Council Korea. O jornal Barlavento e a RUA Fm são os parceiros media.