As comemorações do 43.º aniversário do 25 de abril em Lagos tiveram início na Praça Gil Eanes, onde se procedeu à tradicional cerimónia do Hastear da Bandeira, com a presença dos eleitos locais, forças militares e policiais e das coletividades da cidade, altura em que a Banda Filarmónica Lacobrigense 1.º de Maio e o Grupo Coral do Centro de Estudos de Lagos, interpretaram o Hino Nacional. Antes da Sessão Solene Conjunta da Assembleia Municipal de Lagos, da Câmara Municipal e da Assembleia da Juventude, foi igualmente apresentado o tema de José Afonso «Grândola Vila Morena», seguindo-se as várias mensagens simbólicas deste dia.
As intervenções dos deputados municipais e das escolas
representadas na Assembleia da Juventude de Lagos foram-se sucedendo, de forma
intercalada, proporcionando uma sessão pontuada por momentos de poesia,
cantigas e de uma encenação cénica. Depois de todos os representantes das
forças políticas terem discursado, foi a vez da Presidente da Câmara Municipal
de Lagos, Maria Joaquina Matos, focar a sua intervenção na esperança
na juventude. “O espírito do 25 de abril continua agora, e com mais força, com
as gerações mais novas. Com os jovens, abril nunca acaba, porque não
permitirão, nunca, ser amordaçados ou silenciados. Com a força da juventude dos
nossos dias, ninguém mais fechará as portas da liberdade”, frisou.
A Presidente da Câmara Municipal aproveitou a ocasião também
para reforçar a importância do poder local, “decisivo na promoção do
desenvolvimento do país”. “Os testemunhos e as intervenções não se resumiram
apenas e somente à saudade de um tempo vivido, mas cheios de vontade,
entusiasmo e esperança num futuro promissor assente em fortes alicerces de
liberdade. Estamos hoje a celebrar a vida e a liberdade que conquistámos”,
destacou a edil, defendendo que “um sistema cada vez mais descentralizado
contribuirá, de forma determinante, para a afirmação da justiça e eficácia de
todos os propósitos traçados para o país, em geral, e para as regiões/
localidades, em particular”.
A autarca não tem dúvidas de que a descentralização do poder central, com a transferência de mais competências para as autarquias, é o reconhecimento do seu bom desempenho e que “vem potenciar a promoção de um desenvolvimento mais equitativo dos sítios e das suas gentes, a valorização e salvaguarda das identidades locais, dos patrimónios genuínos e únicos de cada espaço, em suma a valorização das culturas regionais”.
O último discurso da Sessão Solene coube ao Presidente
da Assembleia Municipal de Lagos, Paulo Morgado, que frisou que estas
comemorações servem para “homenagear, de forma simbólica, todos os heroicos
militares que ajudaram a tornar Portugal em país livre”. Em simultâneo, elencou
três factos que, na sua opinião, deveriam estar sempre presentes: “A liberdade
é condição de progresso e de felicidade na condição humana; A liberdade não é
adquirida, constrói-se todos os dias; A nossa liberdade não pode oprimir a
liberdade do outro, causando dano individual ou coletivo”.
À Sessão Solene seguiu-se o tradicional almoço
comemorativo do 25 de abril e, durante a tarde, teve lugar no Cinema de Lagos uma
sessão comemorativa do 40º. aniversário da antestreia do filme «Continuar a
viver ou os índios da Meia Praia», com a exibição do filme. As comemorações
fecharam com um Concerto no Centro Cultural de Lagos, em que subiu ao palco o Quinteto
Jazz de Lisboa, prestando um Tributo a Zeca Afonso e Ary dos Santos.