«Les Filles de Illighadad» reúne a guitarrista Fatou Seidi Ghali, a cantora Alamnou Akrouni e uma executante de tende - tambor feito de uma caixa de barro sobre a qual se estica uma pele de cabra. O projeto deste trio natural da aldeia de Illighadad, perdida no centro do deserto do Niger, está a realizar a sua segunda digressão pela Europa, depois de uma auspiciosa estreia no festival «Le Guess Who», em finais de 2016.
Em Portugal, «Les Filles de Illighadad» vai passar por Lisboa, Porto e Mértola antes de atuar, no dia 20 de maio, na Casa do Povo de Santo Estevão, em Tavira. Fatou Seidi Ghali é uma de apenas duas mulheres que se sabe tocarem guitarra em todo o Niger, apesar das mulheres sempre terem tido um papel na música na conservadora sociedade tuareg. A guitarra, contudo, estava reservada aos homens, mas Fatou descobriu uma velha guitarra acústica em casa, há meia dúzia de anos, lá deixada por um irmão mais velho, e aprendeu a tocá-la sozinha.
Desde então, quando pega na guitarra e toca, Fatou vê-se imediatamente rodeada pelos habitantes da sua aldeia e é normalmente acompanhada por outras mulheres, que cantam e batem palmas de uma forma ritmada, sublinhando o carácter comunal da sua música. Para Fatou Seidi Ghali, no entanto, o tende é apenas um ponto de partida para a sua visão singular da música, que coloca a linguagem da guitarra no centro das suas peças, ligando-se assim a uma outra tradição tuareg internacionalmente representada pelos Tinariwen.