A Escola de Dança Urban Xpression realizou, no dia 10 de junho, a sua gala de final de ano, um
grandioso espetáculo que envolveu mais de 400 alunos e que representou os
quatro elementos primordiais – terra, ar, água e fogo – numa combinação de
movimento e música que deu origem a um quinto elemento: a Dança.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
A Escola de Dança Urban Xpression nasceu, a 28 de junho de
2011, com o objetivo de difundir a cultura Hip-Hop, nomeadamente a dança, a
expressão plástica e música, nas suas vertentes cultural e desportiva, junto
das crianças, jovens, adultos e idosos. Para tal, reuniu-se uma equipa jovem formada
em Educação Física / Desporto e na área da dança hip-hop, e uma direção que é
presidida por Patrícia Galvão.
Com sede localizada na freguesia do Montenegro, concelho de
Faro, a Urban Xpression depressa ganhou asas e voou até Albufeira, São Brás de
Alportel, Santa Bárbara de Nexe, Estoi, Loulé, Quarteira, Moncarapacho, Faro e
Luz de Tavira, com mais de 400 alunos com idades compreendidas entre os 13 e os
50 e muitos anos. O produto final do trabalho realizado ao longo do ano deu
origem a três galas no Teatro das Figuras, no fim-de-semana de 10 e 11 de
junho, divididas pelas categorias infantil, juvenil e adulto. “A maior parte
dos alunos tem aulas duas vezes por semana, depois de terminarem a escola, mas
há alguns grupos específicos e outros mais direcionados para a competição que
ensaiam também aos fins-de-semana”, explica Patrícia Galvão, mais conhecida por
«Tixa».
A gala de junho, este ano com o tema «Elementos», é o
principal momento anual da Urban Xpression, mas é organizado outro espetáculo
por altura do Natal, para dar a conhecer o trabalho efetuado de setembro a
dezembro. “Não trabalhamos só a pensar nos espetáculos, mas sim para instruir
os alunos na arte urbana, sobretudo na componente da dança. Mas estes momentos
são aqueles em que eles brilham mais intensamente e estiveram todos muito bem”,
destaca a dirigente, ainda a recuperar o fôlego depois de duas horas num
frenesim total em cima do palco e nos bastidores. “Muitos jovens vão para as
aulas porque acham o hip-hop engraçado, depois, o bichinho entra neles, começam
a levar isto mais a sério e candidatam-se para entrar nos grupos de
competição”, observa a professora.
Como é natural num universo de mais de 400 alunos, há pais
que se envolvem mais nesta atividade lúdica dos filhos do que outros, mas a
grande maioria, garante Patrícia Galvão, acompanha com bastante interesse a
paixão dos filhos e prova disso é que as galas do Teatro das Figuras tiveram
lotação praticamente esgotada. “Isso nota-se ainda mais nos pais dos alunos que
participam nas competições, porque são muitas horas de ensaio ao longo da
semana e é preciso acompanhar os jovens nas provas. Exige uma grande presença e
dedicação”, enaltece a entrevistada.
Preparação para competições que é feita diariamente na sede
do Montenegro, mas também nos polos espalhados pela região, que surgem de
parcerias com as câmaras municipais, juntas de freguesia ou coletividades,
nomeadamente para a cedência dos espaços. “Nada era possível sem a mensalidades
paga pelos pais dos alunos, pois os custos mensais são bastante elevados, mas
recebemos alguns apoios do poder local, porque também damos algo em troca à
comunidade”, refere.
Quanto ao futuro destes jovens bailarinos, Patrícia Galvão
conta que os mais dedicados, aqueles que realmente querem fazer carreira na
dança, desbravam caminho e tentam a sua sorte noutros pontos do país, uma vez
que as oportunidades de trabalho no Algarve são reduzidas. “Esses têm que abrir
asas e voar para Lisboa, Porto ou para o estrangeiro. Outros chegam aos 18
anos, colocam os estudos em primeiro lugar e vão para a universidade. Alguns
são excelentes bailarinos, mas temos que respeitar as suas decisões”, afirma
«Tixa», acrescentando que, apesar das aulas da Urban Xpression encerrarem
durante o Verão, a equipa de formadores não vai de férias. “Apostamos forte na nossa
formação nos meses de julho e agosto porque é a altura do ano em que temos mais
tempo livre. Os espetáculos têm melhorado de ano para ano e queremos que os
nossos alunos levem isto a sério mas, acima de tudo, que se divirtam a dançar”.