Por ocasião da assinatura do protocolo para a construção do novo cais
da Ilha de Tavira, Ana Paula Vitorino sublinhou que o Mar, seja o profundo ou o
costeiro, deve ser uma competência partilhada com os Ministérios do Ambiente e
da Defesa Nacional, mas também com os Municípios. “Quando queremos dar algum
exemplo do que corre bem e do que é sustentável, falamos sempre de Tavira e
esta cerimónia reflete a capacidade das entidades e dos portugueses se
entenderem e isso é a chave do sucesso das nossas iniciativas governamentais. Quando
tal não acontece, andamos meses e meses a tentar fazer alguma coisa, perde-se
tempo e dinheiro e, no fim, ficamos com uma grande desilusão”, referiu a
Ministra do Mar.
«Fazer acontecer o Mar» é, de facto, um grande desígnio do governo
liderado por António Costa, para o que é essencial estabelecer-se estratégias e
definir-se o que é realmente importante. “Os primeiros valores da economia do
mar, da economia azul, são os valores da sustentabilidade ambiental e da
segurança. Não há uma «Terra 2.0» e muito menos um «Oceano 2.0», portanto, os
projetos devem ser concebidos em conjunto. Existe aqui uma série de
intervenções que só fazem sentido se forem realizadas em simultâneo”, apontou a
Ministra do Mar. “Nós queremos fazer muito mais, mas só nos podemos comprometer
a fazer aquilo para o qual já temos orçamento e fundamentação técnica para
executar”.
Falando do projeto preparado para a Ilha da Culatra, que está feito,
com datas definidas e financiamento garantido, Ana Paula Vitorino entende que o
desafio agora é ir ainda mais longe na política do mar para esta zona do
sotavento. “Queremos ter uma náutica de recreio mais eficiente, em quantidade e
qualidade, e igualmente sustentável. Não estamos a falar de grandes molhes ou terminais,
o nosso desafio é aumentar a capacidade, mas cumprindo escrupulosamente as
questões de sustentabilidade”, esclareceu a governante.
Objetivos que só poderão ser alcançados se todos trabalharem em
conjunto, até porque as exigências são ainda maiores neste momento, uma vez que
Portugal está em plena negociação para a extensão da sua plataforma
continental. “Com este processo vamos ficar com a soberania sobre grande parte do
Atlântico Norte, o que nos dá maior capacidade para consolidar as parcerias que
já desenvolvemos com a Noruega, o Canadá e com tantos outros países que têm
soberania sobre partes do Atlântico Norte. Temos que agarrar esta oportunidade
para afirmar a nossa liderança em termos de preservação, defesa e
sustentabilidade do Oceano Atlântico. E, ao defender o nosso território, damos
o primeiro passo para defender as nossas pessoas”, rematou Ana Paula Vitorino.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina