Na cerimónia de assinatura do protocolo para a cooperação técnica e financeira para a construção do novo cais da Ilha de Tavira e da rampa varadouro, o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, voltou a enfatizar o empenho do atual governo em descarbonizar a sociedade, tornar a economia mais circular e valorizar o território, as tendências de fundo quando se fala de uma sociedade mais equilibrada e onde o ambiente tem um papel nuclear, afirmando-se como criador de emprego, riqueza e bem-estar. “As asneiras que são feitas sobre o território perduram sobre um número de anos insuportável, pelo que é imperativo cuidar dele e saber valorizá-lo”, afirmou o governante, reconhecendo que a Ria Formosa é um território muito rico e sensível, comportando um conjunto de ecossistemas de fronteira. “Até ao final do ano estarão no terreno obras e concursos no valor de 22,7 milhões de euros no Algarve. Só a dragagem da Ria do Alvor e reconstrução de todo o sistema dunar, e as dragagens das barras da Armona e da Fuzeta, custam 8,5 milhões de euros. Os impasses que existiam em torno do Polis foram ultrapassados, com convicção, mas com serenidade e uma grande partilha de vontades, esforços e meios”.
O Parque Natural da Ria Formosa é um dos espaços onde está a ser concretizada uma nova estratégia para a conservação da natureza e João Pedro Matos Fernandes afirmou que o Instituto da Conservação da Natureza “faz um trabalho notável com os meios de que dispõe”. E o Ministro do Ambiente não tem dúvidas de que o homem provoca biodiversidade com as atividades que desenvolve. “Por isso, lutaremos para que as atividades tradicionais tenham um papel relevantíssimo em qualquer um dos parques naturais de Portugal e das áreas protegidas do país”.


Esta nova forma de olhar o ambiente e de se valorizar o território está bem manifesta em alguns projetos que estão no terreno ou em concurso na região algarvia, casos da recuperação e reabilitação da Avenida 5 de Outubro do futuro Parque Urbano de Olhão; da empreitada da ponte da Ilha de Faro; das obras associadas ao Plano de Praia do Ancão, em Loulé; e da total estabilização do que se pretende fazer no aglomerado da Culatra, na Ilha da Culatra. “O Plano de Intervenção e Requalificação está homologado, o concurso para as obras vai ser lançado durante a primeira quinzena de setembro e já está agendada para Conselho de Ministros a alteração necessária à Lei da Água, para que os habitantes, pescadores, mariscadores, do aglomerado da Culatra possam ter títulos por períodos alargados no tempo. Só assim conseguimos garantir que as atividades tradicionais da Ria Formosa se mantém e elas são muito importantes, para o bem-estar de quem lá está, mas também para uma riqueza que ultrapassa esta realidade geográfica”, defende o Ministro do Ambiente.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina