Foi assinado, no dia 28 de julho, o Contrato de Adjudicação
da Empreitada da Obra de Conservação e Restauro da Torre Albarrã do Castelo de
Paderne, intervenção possível graças aos protocolos de colaboração firmados há
um ano com a Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg), Município de
Albufeira e a Fundação Millennium BCP. “Finalmente temos um planeamento
financeiro que envolve fundos comunitários que olham para o património cultural
e natural como desenvolvimento para a competitividade do território”, frisou
Alexandra Gonçalves, Diretora Regional da DRCAlg, mencionando que esta é apenas
a primeira fase do projeto, que será executada até ao final do presente ano.
“Será um trabalho inédito, quer para o Algarve, quer para Portugal, que
orientará até a execução de futuros restauros que venham a acontecer na taipa
do mesmo tipo militar”, referiu a dirigente.
O projeto de conservação e restauro dos módulos de taipa almóada
é da autoria do arquiteto Manuel Lopez Vicente, que anteriormente assessorou as
obras executadas pelo IPPAR em 2004/2005 no Castelo de Paderne. A primeira fase
de restauro e conservação vai incidir sobre a Torre Albarrã, considerada um
dispositivo de defesa com seis metros de base e nove de altura. O investimento
para a primeira fase de intervenção é de 131 mil euros, sendo que o prazo
global da conclusão dos trabalhos é de 124 dias. O investimento total perfaz
aproximadamente 590 mil euros, e em 2018 será executada outra fase do projeto.
Cerca de 60 por cento deste valor vai ser financiado pelo Programa Operacional
Regional do Algarve – CRESC Algarve 2020, pelo que os restantes 40 por cento
serão financiados pela Câmara Municipal de Albufeira e pela fundação Millenium
BCP.
Durante a sessão de assinatura dos contratos, Natércia
Magalhães, técnica superior da DRCAlg, esclareceu os presentes sobre a
intervenção que vai ser feita, referindo que o problema mais generalizado da
torre é a perda de massa, sendo que as alterações mais profundas se encontram
nos topos, que estão demasiado erodidos por serem as áreas mais expostas aos
agentes do meio ambiente. Salientou ainda que a intervenção passa por assegurar
que a nova taipa “seja idónea com as características da taipa histórica, própria
e única ao monumento Castelo de Paderne”, onde se optou por uma “intervenção
conservadora, centrada no saneamento das patologias, garantindo assim uma maior
durabilidade da Torre Albarrã”. Vai ser ainda executado um Livro de Prestígio
sobre o Castelo de Paderne onde constará a natureza da obra, as técnicas, as
metodologias, os materiais e os tratamentos aplicados, bem como documentação
gráfica e fotográfica sobre o processo, que “equacionará o construtivo
histórico e a memória da manutenção deste conjunto, que é único no Algarve e no
país, como exemplo paradigmático de um hisn almóada”.
Também presente nesta cerimónia, o Presidente da Fundação
Millennium BCP, Fernando Nogueira, sublinhou que “a cultura é algo que pode
desenvolver mais-valias para a sociedade e, ao mesmo tempo, estamos a preservar
as heranças que os nossos antepassados nos deixaram”. Para o presidente da
Câmara Municipal de Albufeira, o Castelo de Paderne “é um património histórico
que se insere na política municipal de preservação do nosso património, da
nossa identidade, da nossa história e que se insere também na nossa estratégia
turística”. Carlos Silva e Sousa expressou ainda o desejo de que os trabalhos
consigam corresponder às expectativas do município, com um grau de exigência e
de rigor muito elevado, “pois este é o único exemplar que temos em Portugal
desta arquitetura almóada”.