Foi lançada, no dia 14 de setembro, em Loulé, a primeira pedra do futuro Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro. O novo edifício da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) no distrito irá situar-se perto do Quartel de Bombeiros de Loulé, fora do centro urbano e junto a uma via penetrante com grande capacidade de escoamento de distribuição de recursos, o que trará uma eficácia acrescida e que é ainda exponenciada pela localização junto à Base de Helicópteros de Serviço Permanente.


A obra tem um custo estimado de cerca de um milhão de euros e um prazo de execução de 540 dias, surgindo o investimento no âmbito de um protocolo celebrado, em 2015, entre o Ministério da Administração Interna e a Câmara Municipal de Loulé. “Desde 1998, com a instalação da Base de Helicópteros de Serviço Permanente neste concelho, que o Município de Loulé se afirmou como um parceiro indispensável na aplicação da proteção civil e socorro no Algarve, o que só é possível com base numa relação institucional que privilegia o superior interesse público”, destacou o Comandante Operacional Distrital de Faro da ANPC, Vítor Vaz Pinto.
As razões de funcionalidade e operacionalidade estão na base do programa que a ANPC tem para a localização das suas estruturas nevrálgicas, em áreas amplas, fora dos espaços urbanos e com bons acessos viários. No Algarve, de acordo com Vítor Vaz Pinto, acontecem mais de 40 mil ocorrências de proteção e socorro por ano, daí a importância de equipamentos adequados e bem localizados. Neste caso concreto, o futuro CDOS nasce de uma candidatura conjunta efetuada, em 2016, em parceria com as autarquias de Loulé e Almeirim, no distrito de Santarém, ao PO SEUR, onde também se inclui a Base de Apoio Logístico do Algarve que está a ser construída em Quarteira, com conclusão prevista para março de 2018.


Em relação à infraestrutura que agora viu ser lançada a primeira pedra, situa-se num terreno cedido pela Câmara Municipal de Loulé, culminando um processo longo e que envolveu diversos atores. “Em conjunto, ultrapassámos vários obstáculos que pareciam nunca mais terminar, mas tudo isso faz parte agora do passado. Este terreno, com cerca de sete mil metros quadrados, vai sustentar um edifício que substitui, na íntegra, as atuais instalações do CDOS de Faro, que funcionam numa habitação adaptada localizada na baixa de Faro, e totalmente desajustadas das exigências da realidade territorial em matéria de proteção civil”, afirmou Vítor Vaz Pinto.
A cerimónia, “simples mas com grande significado”, nas palavras do Comandante Operacional Distrital de Faro da ANPC, marca a concretização de uma aspiração antiga, “com instalações mais robustas e resilientes aos riscos naturais e tecnológicos, que permitirão uma monotorização mais efetiva e a garantia da continuidade de comando, controlo e coordenação, na resposta atempada a situações de emergência que afetam esta região turística por excelência”. Vítor Vaz Pinto lembrou ainda que o terreno não se encontra numa área de risco de cheias, não apresenta edificações que possam comprometer o acesso ao CDOS em caso de sismo e, por estar afastado do mar, o risco de tsunami também não coloca em perigo a operacionalidade da infraestrutura.


No uso da palavra, o presidente da Câmara Municipal de Loulé confirmou que o caminho até se chegar ao lançamento da obra não foi fácil, mesmo tendo a autarquia respondido prontamente ao repto do Comandante Vaz Pinto para que disponibilizasse um terreno para esta estrutura. “Estamos estrategicamente localizados no coração do Algarve, as vias de acesso são as melhores, temos o aeroporto muito perto, portanto, daqui pode-se ir, com economia de tempo e de meios, para qualquer ponto da região”, apontou Vítor Aleixo, que esteve no arranque da Base de Helicópteros de Serviço Permanente e no lançamento da primeira pedra do Quartel dos Bombeiros de Loulé aquando da sua primeira passagem pela liderança deste concelho. “Olho para esta zona como uma «cidadela de segurança» no Algarve, estamos empenhados, temos recursos e servimos, de uma maneira muito clara, o bem público. Hoje, cuidar da vida humana é uma dimensão da ação política de primeira importância, ocupa um papel crescente na vida dos decisores políticos. Por isso, Loulé, assim como todos os municípios do Algarve, disponibilizam-se para serem atores muito presentes na montagem dos dispositivos da Proteção Civil”, enfatizou Vítor Aleixo.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina