Durante a cerimónia solene de atribuição das Medalhas de
Mérito Municipal, que decorreu no dia 29 de maio, no Cine-Teatro Louletano, no
âmbito do programa do Dia do Município de Loulé, o presidente da Câmara fez um
balanço do trabalho realizado nos últimos sete meses – os primeiros do atual
mandato –, referindo também as prioridades e alguns dos projetos que irão
arrancar. Vítor Aleixo começou por relembrar a herança recebida do anterior
executivo que está a condicionar alguns dos desideratos iniciais para estes
quatro anos de mandato, nomeadamente o passivo municipal de 80 milhões de euros
mas também o “desinvestimento total em pessoas, equipamentos e manutenção
essenciais para que a Câmara possa cumprir a sua missão de bem servir os seus
munícipes”.
De seguida, o autarca apontou os eixos de decisão que têm
pautado a política camarária e as suas ações nestes meses. Desde logo a
promoção da cidadania enquanto elemento decisivo para o reforço da democracia
local e onde se inserem iniciativas como o programa de comemorações do 40.º
aniversário do 25 de Abril, que tem trazido muitos protagonistas da Revolução
dos Cravos a Loulé, a decisão de tornar públicas todas as reuniões da Câmara
Municipal e também o Orçamento Participativo em todas as freguesias do Concelho
para o qual está destinada uma verba de meio milhão. “Este pretende ser um
processo continuado, desenvolvido anualmente e não uma mera experiência pontual
de participação da população, tanto mais que os munícipes farão o
acompanhamento da execução dos projetos, através de uma estratégia de
monitorização participativa”, explicou o responsável.
As decisões de proximidade às pessoas “em contraposição ao
enorme desinvestimento do Estado” constituem o segundo eixo de ação da Autarquia.
Nesse sentido, o presidente referiu o Regulamento Loulé Solidário, que se
encontra neste momento em fase de discussão pública, e que pretende apoiar pessoas
e/ou famílias que se encontrem em situação económico-social precária, mas
também o programa «Férias para Todos», uma importante componente de apoio aos
alunos e suas famílias. “Entendo que só o reconhecimento da solidariedade,
enquanto valor orientador das políticas públicas, pode minimizar essas
situações tão complexas do ponto de vista pessoal e social, afirmando
convictamente que, comigo, o concelho de Loulé será sempre um concelho
solidário”, frisou.
A mudança de paradigma relativamente às despesas de forma a
promover ganhos de eficiência na gestão tem sido outra das diretrizes do
executivo municipal. Nesse sentido, o edil referiu que ao nível das obras
municipais, a opção passará pela manutenção e valorização dos equipamentos em
detrimento de novas construções “muito onerosas para o erário público municipal”.
A preservação do património tem constituído igualmente uma preocupação neste
mandato municipal. A aquisição do Café Calcinha, a recuperação do edifício da Música
Nova ou a futura utilização do Palácio Gama Lobos (Palácio dos Espanhóis) para
instalação de uma Escola de Artes e Ofícios são algumas das intervenções que a
Autarquia pretende levar a cabo nesta matéria. “Jamais esbanjaremos dinheiro
público, dinheiro de todos nós, para aquisições de património que não venha a
ter quaisquer serventias. Isso foi uma prática do passado que não queremos ver
mais em uso no nosso concelho, que não queremos que se repita no futuro”,
deixou claro Vítor Aleixo.
O combate ao desemprego, através de iniciativas que
facilitem a instalação de empresas em todas as áreas e o acolhimento de
investimentos também merece um olhar atento por parte dos responsáveis
municipais. No entanto, o autarca refere que serão exceção os investimentos “predadores
do comércio local e que supostamente ao acrescentarem emprego para uns estão a condenar
muitos outros ao desemprego”. Finalmente, o projeto «Loulé, Cidade de Mercados»,
um roteiro turístico, criativo e cultural que une a cidade através de pontos de
interesse turístico variáveis, é uma das apostas no desenvolvimento local. “É
nesta linha do turismo criativo que queremos ir, em que a tradição se mistura
com a inovação, para que Loulé assuma um papel diferenciador no contexto
regional em que se insere”, considerou ainda o presidente da maior Autarquia
algarvia.