Foi ao som dos «Parabéns a você» que a Biblioteca Municipal Lídia Jorge celebrou uma década de existência, numa celebração simbólica que contou com a presença de Lídia Jorge, madrinha do equipamento. A escritora algarvia juntou-se ao executivo e presidente da Assembleia Municipal para soprar as velas do bolo deste serviço público que apresenta um registo crescente, quer do número de inscrições, quer de frequentadores. De ano para ano, a Biblioteca Municipal tem conquistado cada vez mais utilizadores, ultrapassando atualmente os 11.500.
A autora do recente romance «Os Memoráveis» deu a conhecer os traços gerais da obra, que descreve como “um livro para o futuro, para os jovens que não assistiram ao 25 de abril de 1974 e olham para a data como algo longínquo, desprovido de mensagem”. A obra versa sobre a democracia em Portugal, dando destaque “não aos heróis do 25 de abril, mas sim aos memoráveis, àqueles que por qualquer razão, boa ou má, não podem ser esquecidos”, descreveu a escritora. Durante o encontro informal com Lídia Jorge, momento que integrou o programa comemorativo do aniversário do espaço cultural, Carlos Silva e Sousa fez questão de elogiar a autora amplamente premiada, manifestando publicamente o orgulho do Município por ter o seu nome a figurar num equipamento de relevo, “um nome reconhecido internacionalmente como vulto da literatura e do pensamento nacional”.
Refira-se que as comemorações incluíram um momento infantil, com as crianças do Jardim de Infância «Os Piratas» a participarem em diversas atividades pensadas para as suas idades e a oferecerem a Lídia Jorge um livro de histórias elaborado por todos. “Este presente serve para agradecer a presença de Lídia Jorge num dia tão importante para todos nós, albufeirenses. É uma honra ter como madrinha desta casa alguém que representa a cultura portuguesa além-fronteiras e que tem granjeado tantos prémios”, destacou Marlene Silva, vereadora da Cultura da Câmara Municipal. A autarca aproveitou para agradecer aos funcionários do equipamento o empenho e dedicação, também evidenciados por Lídia Jorge como uma mais-valia: “Uma biblioteca é o resultado do trabalho de uma equipa e do sonho de alguém. É sempre algo coletivo, deveras importante na nossa cultura”, concluiu.