Para além do funcionamento da Docapesca e das obras
previstas, falou-se de muito mais no seminário de Olhão organizado pela Agência Portuguesa do
Ambiente (APA), que contou com a colaboração do Município de Olhão e do Centro
de Formação Ria Formosa no âmbito do ciclo de seminários «Ria Formosa – A
integridade do sistema lagunar e as atividades económicas». Laura Ribeiro, do
Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) abordou as indústrias de aquacultura
e pescas, referindo que a pesca estagnou e que não é possível ir buscar mais
recursos ao mar, dai que a aquacultura esteja em franco crescimento. De acordo
com a investigadora, a zona lagunar da Ria Formosa e a costa adjacente têm sido
sempre local privilegiado para investigação do IPMA. Foram apresentados três
projetos (PRESCO, MARINAQUA e Seafare) relacionados com a Ria Formosa e com o
seu desenvolvimento sustentável.
Teresa Dinis, professora do Centro de Ciências do Mar da
Universidade do Algarve, defendeu o consumo do peixe produzido em aquacultura,
dizendo que é de elevada qualidade. “Até porque, em 2050, espera-se que 70 por
cento do consumo de peixe seja de aquacultura”, esclareceu a investigadora. “E
como, nessa data, seremos nove mil milhões de pessoas, teremos de aumentar em
70 por cento a produção de alimentos. Da mesma forma, será preciso conciliar os
aspetos económicos com o ambiente”.
Fernando Gonçalves, da
A durabilidade das iniciativas é sempre tida
em conta, apoiando o GAC projetos que beneficiem as comunidades locais,
incrementem a atratividade da região e mantenham ou criem emprego. Rita Pestana
referiu ainda que fatores de êxito deste projeto têm sido a grande parte de
investimento feito no setor privado, a rede de contactos entre organismos
decisores ou a confiança conquistada no setor e nas comunidades.