A capital do Algarve foi palco de mais um certame gastronómico, desta feita a segunda edição da Feira do Queijo e Vinho, que levou centenas de visitantes ao Jardim Manuel Bívar, de 23 a 26 de Abril. O ALGARVE INFORMATIVO esteve à conversa com alguns dos empresários presentes, tendo ouvido palavras de motivação quanto ao futuro, mas também algumas críticas e desabafos em relação à burocracia e taxas que sufocam alguns produtos regionais.


Depois de ter superado as expetativas em 2014, a Feira do Queijo e Vinho de Faro voltou a ser organizada pela AmbiFaro, entre 23 e 26 de abril, mais uma vez no edílico Jardim Manuel Bívar, mesmo com as docas ali ao lado. O objetivo do certame era trazer à cidade capital de distrito um sector ainda desconhecido por muitos mas que pode tornar-se estratégico para a economia nacional, por dizer respeito a produtos regionais e tipicamente portugueses.
Com este pressuposto por base, mais de duas dezenas de stands e uma tenda gigante com 400 metros quadrados de tasquinhas cativaram centenas de pessoas para provarem o que de melhor se faz no sector vitivinícola e do queijo, assim como na produção regional de doces, mel, licores e enchidos.
Reinaldo Grade Rosa era, provavelmente, o empresário mais sénior presente na Feira, com os seus 87 anos, sendo responsável pela «Adega do Barracão», dedicada à produção de medronho e sedeada nas Caldas de Monchique. Com quase duas décadas ligadas a um dos produtos mais carismáticos do interior algarvio, Reinaldo conta que, durante cerca de 10 anos, apenas fabricou para consumo próprio e para oferecer aos amigos, e só começou a vender a outras pessoas quando foi «obrigado» a legalizar o seu hobby. “Quero ver se acabo com isto, só dá prejuízo e dores de cabeça, mas primeiro tenho que vender a aguardente toda que tenho em stock”, confessa, desanimado.

Convidado para participar na feira, Reinaldo Grade Rosa veio com gosto de Monchique até Faro, com o intuito de dar a conhecer um produto que, garante, tem excelente qualidade. “Beber um cálice, pequeno, no fim de cada refeição é uma maravilha”, frisa, como que a confirmar os conselhos de alguns especialistas que aconselham precisamente o mesmo. “Nunca falho, ao almoço e ao jantar, e nunca tive problemas nenhuns”, diz, e prova disso é o brilho nos olhos que ainda exibe aos 87 anos.

Texto e fotografia: Daniel Pina
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