À semelhança do que aconteceu em 2009, altura em que os cubanos Buena Vista Social Club provocaram uma enchente na cidade de Loulé, este ano o cenário repetiu-se, na noite de 27 de junho, com milhares de pessoas a circularem pelas ruas e em cada ponto do recinto do Festival MED. No dia de encerramento oficial do evento, a guineense Karyna Gomes, uma das vozes que está agora a despoletar em África, deu o mote para uma noite em que o congolês Baloji levou a rumba e o rap ao Palco Cerca. Mas o momento alto deste palco foi mesmo o agrupamento espanhol Alamedadosoulna, que proporcionou uma atuação verdadeiramente «incendiária» junto do público. Com uma sonoridade por si só festiva, assente sobretudo no ska, os vários elementos em palco contribuíram também para esta animação vibrante à qual o público se associou de imediato.
Já no Palco Matriz, as expectativas eram altas em relação à cantora Nneka, considerada à partida uma das cabeças-de-cartaz desta edição pelo reconhecimento internacional que tem tido junto da crítica e do público. Daí que uma multidão tenha acorrido a este espaço para ver a nigeriana que confirmou em palco a razão de ser um dos grandes nomes da World Music da actualidade. O continente africano dominou o Palco Matriz neste encerramento já que, a Nneka, seguiram-se os embaixadores do funaná, os cabo-verdianos Ferro Gaita, que tiveram como convidado especial o seu conterrâneo Dino d’Santiago, e o DJ Marfox, com a enorme responsabilidade de fechar a 12ª edição do MED. Dos subúrbios de Lisboa para a ribalta nacional e internacional, este DJ que conseguiu dar uma nova vida ao kuduru, transformou o emblemático largo junto à Igreja Matriz de Loulé numa verdadeira pista de dança.
No Castelo foi a lusofonia que dominou. Primeiro com a brasileira Ginana Viscardi que teve a seu lado como convidada especial Sara Tavares, recriando na perfeição o triângulo Portugal-África-Brasil. E depois com o cantautor português Tiago Bettencourt.