O acordeão é um dos instrumentos típicos portugueses mais
fortemente implantados no Algarve, pelo que não admira que a região tenha
variadíssimos executantes de topo internacional, como atestam os múltiplos
títulos alcançados, tanto na vertente Clássica como na Varieté. Entre eles,
nota de destaque para o albufeirense João Frade, que foi campeão do mundo no
virar do milénio e nunca mais parou de viajar pelo mundo, impressionando tudo e
todos com o seu estilo pessoal, mas sem nunca esquecer as raízes algarvias.
De regresso do Canadá e com nova viagem marcada para dali a
alguns dias, desta feita rumo à Suíça, fomos encontrar João Frade na «Taberna
da Maré», o emblemático restaurante de Zeca Pinhota situado da zona ribeirinha
de Portimão. A visita não teve como propósito apreciar uma bela sardinhada, mas
sim gravar um videoclip com Zé Manel Martins, ao som do tema «Para Chico», mais
um exemplo das imprevisíveis parcerias que o premiado acordeonista tanto gosta
de fazer para explorar outros estilos musicais.
Terminadas as filmagens, foi tempo de conversar um pouco com
o albufeirense de 32 anos, que iniciou os estudos musicais logo aos oito anos,
sob a alçada Hermenegildo Guerreiro, primeiro na Escola de Música da Casa do
Povo de São Bartolomeu de Messines, depois na sede do Rancho Infantil de Loulé,
mais tarde em São Brás de Alportel. “Andei alguns meses apenas com a formação
musical para ter as bases teóricas e depois passei para o instrumento, o
acordeão. O meu pai conhecia o Hermenegildo Guerreiro de uns bailaricos à moda
antiga em que participava e, no fundo, acho que ele gostaria de ter aprendido,
mas não teve possibilidade para isso. Eu tinha o bichinho do acordeão desde os
três, quatro anos, devo ter visto alguém tocar e tentava imitá-lo, primeiro com
almofadas, depois com um acordeão daquelas da feira”, recorda João Frade como
tudo começou.
O acordeonista, que tem a particularidade de ser canhoto,
não demorou muito para demonstrar o seu talento e, com 12 anos, já ganhava
concursos na Feira Popular de Lisboa. Em 1997, mais uma vitória, no Concurso Nacional
do Corridinho de Setúbal, e sagra-se campeão Ibérico na categoria de Varieté, seguindo-se
a representação de Portugal no Troféu Mundial realizado em Andorra. Um ano em
alta que terminou com novo triunfo, no concurso de acordeão do Alto Minho, em
Viana do Castelo. A veia vitoriosa de João Frase não abrandou e, em 1998 e 1999,
ganha duas vezes o concurso de acordeão de Santiago da Guarda, no Pombal, depois,
o concurso da Pedra Mourinha, em Portimão, e um concurso de Corridinhos
Inéditos. Em 2000, volta a dominar o concurso de acordeão do Alto Minho e, no
ano seguinte, ganha o Festival de Artes Infantil e Juvenil de Albufeira e o VII
Troféu Nacional de Acordeão de Alcobaça.
Curiosamente, João Frade reconhece que, na fase inicial, não era um grande estudioso do instrumento, postura que se alterou quando teve acesso aos primeiros discos de Richard Galliano, acordeonista que o influenciou bastante por altura dos seus 15/16 anos. “Fiquei fascinado com a componente harmónica e a música improvisada, que estavam presentes em mim desde novo, mas não sabia bem como as desenvolver. Andei nos ranchos folclóricos de Messines e Loulé, tive a fase das bandas e cheguei a tocar bateria, gosto bastante da percussão. Comecei a acreditar que era possível aspirar a uma carreira de músico quando fiz um estágio de uma semana numa escola francesa, a C.N.I.M.A., onde puxaram muito por mim”, frisa.
Curiosamente, João Frade reconhece que, na fase inicial, não era um grande estudioso do instrumento, postura que se alterou quando teve acesso aos primeiros discos de Richard Galliano, acordeonista que o influenciou bastante por altura dos seus 15/16 anos. “Fiquei fascinado com a componente harmónica e a música improvisada, que estavam presentes em mim desde novo, mas não sabia bem como as desenvolver. Andei nos ranchos folclóricos de Messines e Loulé, tive a fase das bandas e cheguei a tocar bateria, gosto bastante da percussão. Comecei a acreditar que era possível aspirar a uma carreira de músico quando fiz um estágio de uma semana numa escola francesa, a C.N.I.M.A., onde puxaram muito por mim”, frisa.
Entrevista: Daniel Pina
Leia a entrevista completa em:
http://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__14