As 5ªs Jornadas de Portas Abertas Monte Molião decorreram no passado dia 26 de agosto e juntaram vários interessados em conhecer, de perto, as escavações realizadas nesta importante estação arqueológica da cidade de Lagos. Esta iniciativa contou com as Portas Abertas no Monte Molião, durante toda a manhã e, à tarde, houve a oportunidade de assistir a uma conferência e projeção de um vídeo sobre este local, que decorreu no Auditório dos Paços do Concelho Séc. XXI.
O dia terminou com uma visita orientada à escavação, seguida da ação performativa – «PALATO: Cozinhando na Paisagem de Monte Molião». A conferência contou, na mesa de honra, com a presença da Vereadora da Cultura, Maria Fernanda Afonso, Rui Parreira, da Direção Regional de Cultura do Algarve e de Ana Margarida Arruda, do Centro de Arqueologia - UNIARQ – da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Recorde-se que os trabalhos desenvolvidos no Monte Molião pela equipa da Profª. Ana Margarida Arruda desde 2006 (ano da assinatura do primeiro Protocolo de Cooperação assinado entre o Município e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e com o seu Centro de Arqueologia, a UNIARQ) foram colocando progressivamente a descoberto as ruínas do mais antigo aglomerado urbano identificado em Lagos e desvendaram informações acerca do quotidiano das gentes que nele um dia se estabeleceram e acerca das relações comerciais que mantiveram com gentes de outras terras distantes. As arquiteturas domésticas e os muito abundantes materiais arqueológicos recuperados durante os trabalhos de campo evidenciam a integração de Monte Molião nas grandes rotas comerciais da antiguidade e a interação dos seus habitantes com outras comunidades humanas mediterrâneas.
De acordo com Ana Margarida Arruda, estão já registadas 25 mil peças encontradas no Monte Molião e existem umas centenas de milhares de outras não registadas porque as referências não são totais. “O importante é que estas iniciativas sirvam para produzir conhecimento e aqui temos 3 importantes vertentes: a investigação, a formação e o retorno das ações, em forma de conhecimento”, salientou a responsável pela investigação que a UNIARQ tem vindo a efetuar sobre o sítio, com o suporte financeiro da Câmara Municipal de Lagos.