O Vice-Presidente-Ministro, Paulo Portas, esteve em Loulé, no dia 28 de agosto, para participar na cerimónia de lançamento da primeira pedra do investimento do Grupo IKEA na cidade de Loulé, um ato simbólico já que as obras arrancaram há já algumas semanas. Aquele que será um dos maiores investimentos em Portugal dos últimos anos irá integrar a construção de uma Loja IKEA, um Centro Comercial e um Outlet, num investimento que rondará os 200 milhões de euros. O projeto irá criar 3000 postos de trabalho diretos, sendo que 250 serão de novos colaboradores da Loja IKEA, mas o Managing Director da IKEA Centres, a empresa global de centros comerciais do Grupo IKEA, Richard Vathaire, acredita que este número poderá ser superior, nomeadamente durante esta fase da construção.
Christiane Thomas, Retail Manager da IKEA Portugal, explicou os contornos deste investimento que trará ao Algarve aquela que é uma das maiores cadeiras de mobiliário e decoração do mundo. “A Loja IKEA terá 24 mil metros quadrados e será um ponto de inspiração e de soluções de decoração para toda a região do Algarve. A nossa visão é criar o melhor dia-a-dia para a maioria das pessoas. O nosso conceito de negócio assenta neste sonho, oferecer uma ampla gama de móveis e decoração para a casa, funcional, com qualidade, sustentabilidade e design, com preços acessíveis. A sustentabilidade será um pilar fundamental”, considerou esta responsável sueca.
Refira-se que está previsto que a inauguração desta Loja decorra já no próximo ano. Por outro lado, o Centro Comercial, que irá abrir ao público em 2017, comportará 220 lojas e 3500 lugares de estacionamento, distribuídos por 85 mil metros quadrados. Como é tradição nos grupos escandinavos, a IKEA fará projetos de responsabilidade social nesta região, nomeadamente na área da infância, assumindo também um papel determinante no contexto social da região. E Richard Vathaire falou do investimento em Loulé como “um projeto absolutamente fantástico, sendo a única loja e outlet IKEA da região”. Sendo o Algarve um destino turístico por excelência, este responsável do Grupo acredita também que o Centro Comercial que aqui irá nascer vai competir com os melhores da Europa. “Apesar da situação económica, queremos continuar a contribuir para o desenvolvimento da economia portuguesa, com projetos de qualidade, e gerar riqueza e emprego”, considerou ainda Richard Vathaire.
Durante o discurso na Sala da Assembleia Municipal de Loulé, o Vice-Primeiro-Ministro considerou o investimento do Grupo IKEA no Algarve como “muito significativo do ponto de vista da sua dimensão”. “Este investimento é, do ponto de vista financeiro, um dos maiores desta legislatura, e do ponto de vista da criação de pontos de trabalho, seguramente, o maior dos últimos anos, numa região onde a questão da criação de emprego é muito importante”, sublinhou o número dois do Governo. Paulo Portas enalteceu a presença do Grupo sueco em Portugal – “uma multinacional muito conhecida e exigente, quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista de responsabilidade social” – com as três lojas já existentes e as três fábricas de Paços de Ferreira, mas também as parcerias que tem estabelecido com empresas portuguesas. “Mantém uma parceria com a Vista Alegre para a produção de louça de mesa e há uma parceria com a Aquinos, em Tábua, para a produção de colchões. O IKEA veio para Portugal trabalhar com fornecedores portugueses e com empresas portuguesas com qualidade que integram a cadeia de valor que o IKEA pode apresentar ao mercado”, explicou.
Este responsável governamental frisou a importância da colaboração entre as administrações central e local para levar para atrair novos investimentos. “Não se fazem investimentos sem a colaboração entre a administração central e a administração local. Ter uma atitude aberta e competitiva para atrair investimento é uma responsabilidade tanto da administração central como local. O nosso primeiro dever não é criar complicações que levam o investimento para outro lugar e os postos de trabalho para outros países”, disse Paulo Portas. Por último, o membro do Governo que detém responsabilidades na área da Economia frisou a confiança que o Grupo IKEA tem mantido na “capacidade, profissionalismo e brio dos trabalhadores portugueses” e na aposta desta cadeia sueca em Portugal, mesmo quando o país atravessou maiores dificuldades financeiras.
Reportando-se a este investimento, o vice-presidente da Autarquia, Hugo Nunes, referiu que este processo que “já vai muito longo, foi um processo complexo, controverso, amplamente discutido, contestado mas também muito apoiado”. Neste momento, com a obra já a decorrer no terreno, o vereador que detém o pelouro da Economia e Empreendedorismo acredita que este será um “investimento estruturante para a região, muito importante para o Concelho, e que terá um impacto significativo do ponto de vista da economia local e do emprego”. Face às vozes críticas que receiam que a instalação do IKEA significará o declínio do comércio tradicional, o autarca foi bem claro ao referir que a Autarquia está atenta a esta alteração do modelo de organização da atividade comercial e económica que terá um impacto nos centros urbanos. Nesse sentido, a Câmara Municipal de Loulé e a própria IKEA estão já a refletir sobre as medidas para implementar que possam ajudar a “mitigar e minorar os impactos menos positivos que possam advir da instalação da IKEA junto do comércio local e que ajudem a procurar novos caminhos e soluções para a vitalidade e para as dinâmicas das zonas comerciais e dos centros urbanos das nossas cidades”.