Andy Sullivan manteve a tradição de nove anos do Portugal Masters e foi o 9.º jogador diferente a conquistar o mais importante torneio português de golfe, que o European Tour organizou durante os últimos cinco dias no Oceânico Golf Course, em Vilamoura. Contudo, o inglês de 28 anos fez questão de demarcar-se dos seus antecessores e de entrar para a história do evento do Turismo de Portugal, de dois milhões de euros em prémios monetários, ao alcançar alguns recordes.
Com um total de 261 pancadas, 23 abaixo do Par, depois de voltas em 64, 64, 67 e 66, não bateu o melhor resultado de sempre na prova que continua a pertencer ao primeiro campeão, o seu compatriota Steve Webster, que atingiu as 25 abaixo do Par em 2007. No entanto, Sullivan deixou o vice-campeão, o também inglês Chris Wood (que este ano ganhou o Lyoness Open, na Áustria), a nove pancadas, a maior vantagem de um vencedor em Vilamoura, ao mesmo tempo que tornou-se no primeiro jogador a liderar o torneio do início ao fim (wire-to-wire), encabeçando o leaderboard em todas as voltas. O seu registo estatístico de 26 birdies e apenas três bogeys foi deveras impressionante e também aqui fixou um novo recorde, ao ser o campeão do Portugal Masters que menos pancadas perdeu em quatro voltas, superando os quatro bogeys do inglês Tom Lewis em 2011.
A vitória de hoje elevou Andy Sullivan ao top-50 do ranking mundial, ao 15.º lugar da Corrida para o Dubai do European Tour e ao 6.º do ranking europeu da Ryder Cup. Por outras palavras, vai entrar diretamente nos mais importantes torneios do Mundo, incluindo Majors. Na cerimónia de entrega de prémios, depois de receber o cheque de 333 mil e 330 euros (o maior da sua carreira), Sullivan agradeceu aos patrocinadores em geral e ao Turismo de Portugal em particular, elogiando “o esforço de Portugal em montar um torneio deste nível, quando são conhecidas as dificuldades que o país atravessa”.
Antes, já António Pires de Lima se tinha antecipado a esta questão. No seu discurso bilingue, que agradou aos milhares de estrangeiros presentes (26 mil e 652 espectadores em cinco dias de prova), o ministro da Economia disse que “independentemente do Governo que Portugal vier a ter em poucas semanas, não há razão nenhuma para que um evento tão importante para o país não tenha um acordo plurianual com o European Tour”. Já na véspera, em entrevista à SportTV, David Williams, o presidente do Conselho de Administração do European Tour, tinha garantido que “em 2016 iremos celebrar os dez anos de Portugal Masters”, confirmando que o Turismo de Portugal irá manter o apoio.
Em nove anos de Portugal Masters, só por uma vez não houve portugueses a passarem o cut e este ano foram dois. Ricardo Melo Gouveia confirmou em Vilamoura que é o melhor golfista luso da atualidade. «Melinho» poderá não ter ganho o título com que sonha e também não foi desta que um português ficou no top-10, mas como o próprio algarvio de 24 anos sublinhou, o 31.º lugar empatado que alcançou tem boas consequências, muito para além do prémio 15 mil e 800 euros. “Esta classificação é muito boa porque, penso, os 35 primeiros contam para o ranking mundial e para o ranking olímpico e ainda não estou apurado (para os Jogos do Rio). Na última vez que olhei para a classificação estava em 39 e vão (aos Jogos Olímpicos) os primeiros 60”, disse o n.º2 do ranking do Challenge Tour, que totalizou 279 pancadas, cinco abaixo do Par, com voltas de 71, 68, 72 e 68. O seu final de prova foi emocionante, com dois birdies a fechar nos seus dois últimos buracos (8 e 9).
Quanto ao triplo campeão nacional amador, Tomás Silva, acabou por viver o seu pior dia no torneio, em 75 pancadas (+4), mas, mesmo assim, concluiu no 68.º lugar, com 287 (71+68+73+75), as mesmas três acima do Par do irlandês Paul Dunne, que este ano surpreendeu toda a gente ao liderar o British Open na entrada para a última volta.