Reportagem: Daniel Pina
A APEXA – Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve
nasceu em 2003 da constatação de que não existia na região capacidade para dar
resposta às pessoas com deficiência. Assim sendo, um grupo de pais e amigos de
pessoas com deficiência e/ou necessidades especiais decidiram criar uma
estrutura de apoio a estas causas e às pessoas envolvidas nesta problemática.
Um movimento iniciado por Nuno Neto, o presidente da associação, depois do
filho mais novo, Tito, ter nascido com espinha bífida e, 13 anos depois, a
dimensão alcançada pela IPSS não causa surpresa. “Trabalhamos honestamente e
gastamos o dinheiro onde é preciso e nos projetos certos. Na altura, porém, nem
havia informação disponível para um casal que nunca imaginou ter um filho com
deficiência, pelo que o primeiro passo foi arranjar um assistente social para
dar resposta a todas as perguntas que iam surgindo. Depois, tivemos o apoio da
Câmara Municipal de Albufeira e das cinco freguesias do concelho,
disponibilizaram esta Escola Primária de Valverde, candidatamo-nos a fundos
comunitários e conseguimos arrancar com o projeto. Em pouco tempo ficamos
inseridos na Intervenção Precoce, subsidiada pela Segurança Social”, recorda
Nuno Neto.
É com o filho mais velho, Nuno Miguel, responsável pelo
Atelier de Arte e Criatividade, que prosseguimos a visita à sede da APEXA,
mesmo em frente ao Algarve Shopping. “Hoje, há várias IPSS no Algarve com um
certo destaque mas, na época, havia duas ou três instituições que apoiavam
algumas pessoas, mas não conseguiam acudir a toda a gente nem a todas as faixas
etárias”, recorda, explicando que a APEXA trabalha sobretudo nos concelhos de
Albufeira e Loulé e que vai agora alargar o âmbito da sua atividade a Silves,
depois de lhe ter sido cedida o edifício de uma escola em Alcantarilha. “É o
Projeto Flamingo, que anda agora na fase de reuniões e apresentações para
angariar parceiros, de modo a, em 2016, começarmos a auxiliar estes utentes. A
nossa atividade centra-se igualmente na intervenção precoce, que dá apoio
direto a 30 famílias de crianças, dos 0 aos seis anos, com deficiência, através
de uma equipa multidisciplinar que inclui técnicos da APEXA, do Centro de Saúde
e de jardins-de-infância”, indica.
Técnicos que passam por psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas
da fala, terapeutas ocupacionais e musicoterapeuta, a par do Gabinete de
Intervenção Social. Outro programa importante é o Projeto de Integração
Socioprofissional, dividido numa área de desenvolvimento de competências e
noutra de integração profissional. “A primeira destina-se às pessoas que já não
estão inseridas no sistema de ensino e para que consigam manter a sua
capacidade de desenvolver um raciocínio lógico, ou seja, continuar a trabalhar
o português, a matemática, a vivência do dia-a-dia, ver as horas, contar
dinheiro, saber comportar-se numa cidade, como é que se chama um táxi, quando é
que pode atravessar uma estrada”, descreve Nuno Miguel.