A seleção nacional de profissionais sagrou-se bicampeã da
Taça Manuel Agrellos, no dia 18 de dezembro, e igualou a sua congénere de
amadores no historial da Ryder Cup à portuguesa, com dois títulos para cada
lado. O conjunto de craques da PGA de Portugal bateu o grupo de jovens
promissores da FPG por 10,5-9,5, o resultado mais equilibrado de sempre. Recorde-se
que, no ano passado, a PGA de Portugal venceu por 13,5-6,5 e nos dois anos
anteriores a FPG triunfara por 11-9 em 2012 e 13,5-6,5 em 2013.
Todas as quatro edições decorreram no Montado Hotel &
Golf Resort, em Palmela, num campo desenhado por Jorge Santana da Silva, o
antigo presidente do Vitória de Setúbal, que acompanhou a última jornada,
dedicada aos singulares e quase assistiu a uma reviravolta histórica. A equipa
da PGA de Portugal partiu largamente favorita, depois de no dia anterior, nos
pares, ter cimentado uma confortável vantagem de 4 pontos (7-3). Contudo, extremamente
motivados, os jovens amadores (em dez jogadores, três são de sub-16 e um de
sub-18) entraram de rompante e quando todos os duelos já tinham passado os nove
primeiros buracos, a FPG vencia quatro embates e os restantes seis estavam
empatados, ou seja, havia um empate técnico provisório.
No final do dia, os amadores venceram seis dos 10 confrontos
e empataram outro. A FPG ganhou a jornada por 6,5-3,5 e por pouco não provocava
a maior surpresa nestes quatro anos de torneio. Um dia antes, o bicampeão
nacional de profissionais, Tiago Cruz, dizia que só um desastre tiraria o
título à PGA de Portugal e essa hecatombe esteve perto. Isto porque Afonso
Girão, o campeão nacional de sub-18, bateu por 2/1 o «rookie» açoriano
Francisco Costa Matos; Gonçalo Pinto empatou com Tomás Bessa, num autêntico
duelo de drives; António Teixeira, um «rookie» de sub-16, provocou a surpresa
do dia ao derrotar por 2/1 um dos melhores jogadores de sempre na prova, João
Carlota; João Girão mostrou que se tornou num terror de match play e vergou o
recordista de 11 títulos de campeão nacional, António Sobrinho, por 3/2.
Foi nesta altura, com a PGA de Portugal a começar a
fraquejar, que Ricardo Santos deu um novo fôlego aos profissionais. O melhor
golfista português de sempre, de 33 anos, sentiu sérias dificuldades para se
impor ao jovem madeirense de 15 anos Carlos Laranja por 2/1. Quando Hugo Santos
perdeu por 3/2 com Tomás Silva, o perigo voltou a espreitar os profissionais.
Foi então que outro «peso-pesado», Tiago Cruz, veio em auxílio com um claro
sucesso de 4/3 sobre José Maria Pinto Basto, um «rookie» ainda sub-18. Nesta
altura, a PGA de Portugal só precisava de meio ponto para garantir a manutenção
da Taça, mas os amadores ressurgiram em força com êxitos de Francisco Oliveira
diante de Miguel Gaspar (4/3) e de Vítor Lopes frente a João Ramos (2/1).
Estavam Lopes e Ramos a concluir o seu encontro, ao mesmo
tempo que tudo decidia-se no último confronto do dia, entre Sérgio Ribeiro e
Vasco Alves. Um duelo simbólico por Ribeiro já não ser jogador mas treinador,
ter 40 anos, jogar desde sempre este torneio e representar o clube nortenho de
Miramar, enquanto Alves é uma jovem promessa, campeão nacional de sub-16, estar
a estrear-se na prova e ser sócio do clube rival do Oporto.
Os dois dobraram os primeiros nove buracos empatados, depois
de Vasco Alves vencer o 9, por Sérgio Ribeiro ter ido à água. O treinador de
Miramar arregaçou então as mangas e ganhou os cinco buracos seguintes, acabando
por triunfar por 5/4, dando o tão desejado ponto da vitória à PGA de Portugal.