Na Biblioteca Municipal José Mariano Gago, todos os meses
são consagrados à vida e obra de um autor, que nesse período merece especial
destaque neste espaço de leitura olhanense. Abril não é exceção, tendo o autor
escolhido sido Mário de Carvalho.
Mário de Carvalho nasceu em Lisboa em 1944, tendo-se
licenciado em Direito. Em 1971, foi preso pela polícia política
durante a instrução militar. Submetido a 11 dias de privação do sono, acabou por
cumprir 14 meses de prisão nas cadeias políticas de Caxias e Peniche. Essa
situação encontra-se dramatizada no filme de José Barahona, «Quem é Ricardo?». Saiu
ilegalmente de Portugal em 1973 e exilou-se na Suécia. Regressado a Portugal,
dedicou-se à advocacia de causas, nomeadamente sindicais e de inquilinato.
Integrou a direção da Associação Portuguesa de Escritores,
durante as presidências de David Mourão-Ferreira e Óscar Lopes. Foi professor
convidado da Escola Superior de Teatro e Cinema e da Escola Superior de
Comunicação Social durante vários anos. Orientou pós-graduações em escrita de
teatro na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e várias oficinas de
escrita de ficção. É pai da escritora Rita Taborda Duarte e da jornalista Ana
Margarida de Carvalho.
O seu primeiro livro, «Contos da Sétima Esfera», surpreendeu
pela desconcertante incursão na literatura tradicional portuguesa. Romancista,
novelista, contista, ensaísta, dramaturgo e guionista, são vários os géneros
literários onde se inclui. Da sua vasta obra literária, destacam-se títulos
como «Contos Vagabundos», «Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina», «Casos
do Beco das Sardinheiras» e «A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho».