À meia-noite os mais afoitos entram na água. Os outros talvez molhem o pé. Mas todos festejam como podem o «Banho 29» e, como forma de relembrar e reviver esta tradição, é organizado anualmente, em Lagos, um programa festivo com animação musical, animação de praia e o obrigatório banho noturno. Assim, entre os dias 27 e 29 decorre, no Cais da Solaria, a tradicional Festa do Banho 29, que se transformou, há muito, numa manifestação de caráter popular, sendo um dos principais eventos culturais do Município de Lagos.
Do programa fazem parte concertos com os Íris, Chapa Dux e Ana Malhoa, num evento que conta com o apoio da Freguesia de São Gonçalo, ACRAL, Moto Clube de Lagos e Associação dos Artesãos do Barlavento. E uma tradição cujas origens são confusas. Há quem diga que, nesse dia, anda o diabo à solta e, por isso, só à noite se pode tomar banho. Há quem ligue o banho noturno a velhos ritos de fim de verão, cumpridos com diferentes preceitos noutras paragens da Europa do Sul.
Este costume resistiu ao turismo. Já não vêm aos bandos, mas continuam a cumprir a tradição de forma discreta. Ao seu lado aparecem hoje novos grupos de banhistas, mais foliões e menos rituais, que aproveitam essa noite para fazerem fogueiras, tocarem violas, assarem chouriço e contarem histórias. À meia-noite os mais afoitos entram na água. Os outros talvez molhem o pé. Mas todos festejam como podem o «Banho 29».