No âmbito da rubrica «Livros Abertos», Eduardo Paz Ferreira
vai estar no próximo dia 16 de setembro, sexta-feira, pelas 18h, na Biblioteca
Municipal Sophia de Mello Breyner Andresen, em Loulé, para apresentar a sua
obra «Por uma Sociedade decente – começar de novo vai valer a pena». O livro fala
de uma economia que nos mata e de uma sociedade que nos envergonha e, dos
bilionários da Forbes aos vencidos e excluídos da vida, para quem não há
presente nem futuro, sem esquecer a classe média esmagada por impostos e pela
crise do Estado Social, muitos são os personagens para ele convocados.
Naturalmente que nele se encontrarão nomes inevitáveis como
Merkel, Schauble, Dijsselbloem ou Christine Lagarde, responsáveis por uma
economia sem rumo nem valores que, quotidianamente, liquida a esperança, a par
com os evasores fiscais que alimentam as listas do Panama Papers ou estão
escondidos ainda mais fundo. Mas um foco muito especial é o que incide sobre o
Estado - o grande ausente da economia, desprovido de soberania, subjugado pelo
cerco externo, limitado pela promiscuidade com os interesses privados,
condicionado pela ausência de recursos, sem as joias de família, vendidas ao
desbarato, limitado por práticas partidárias inadequadas, vítima de organizadas
campanhas de descrédito.
O livro espraia-se pelas últimas décadas com as suas
vertiginosas mudanças e os efeitos da revolução tecnológica. Num balanço que
está longe de ser positivo, aparece como fator de esperança a circunstância da
atual situação ser o resultado de políticas e regras erradas que podem ser
modificadas. Porque ainda que tudo isto exista e seja triste não é fado.
Eduardo Paz Ferreira dedicou uma parte significativa da sua
vida profissional e académica aos temas europeus. Com 23 anos, chefiou o
Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros do I Governo Constitucional
(1976 a 1977) e, a esse título, integrou muitas das conversações bilaterais
prévias à entrega do pedido de adesão. Professor Catedrático da Faculdade de
Direito da Universidade de Lisboa, é decano do Grupo de Ciências
Jurídico-Económicas e membro do Conselho Geral da Universidade. Preside ao
Instituto Europeu e ao Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal,
onde vem promovendo inúmeras iniciativas sobre temas europeus. Publicou ainda
diversos artigos e livros sobre estas matérias. É catedrático Jean Monnet em
Estudos Comunitários, distinção atribuída pela Comissão Europeia.