Paula Vicente é, desde 1 de
setembro, a nova Diretora da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e começou
o exercício das novas funções logo com uma boa notícia: o brilharete que quatro
alunos fizeram nos XXIX Concursos Europeus de Hotelaria e Turismo. Mas também
com as obras que estão a requalificar e modernizar diversas zonas da casa-mãe
desta prestigiada escola, em Faro. O início de um novo ciclo que coincide com
um dos melhores momentos de sempre do turismo algarvio e, já se sabe, não basta
ter bom clima, paisagens deslumbrantes e infraestruturas de luxo à espera dos
turistas, é preciso ter profissionais de excelência para os receber. E grande
parte deles sai, sem dúvida, dos polos de Faro, Portimão e Vila Real de Santo
António da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve.
Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Daniel Pina
Paula Vicente assumiu a direção da Escola de Hotelaria e
Turismo do Algarve no passado dia 1 de setembro, coincidindo precisamente com o
arranque do ano letivo 2015/2016. Uma casa que conhece há década e meia, pelo
que não lhe foi estranho o excelente desempenho protagonizado recentemente
pelos alunos Mariana Rita, Mircea Coban, Duarte Oliveira e Alexandra Martins, na
29ª Edição dos Concursos Europeus de Hotelaria e Turismo, organizados pela AEHT
– Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo. “Foi uma forma
bastante agradável de começar o ano letivo, com três alunos de Faro e uma aluna
de Vila Real de Santo António a conquistarem duas medalhas de ouro e duas de
prata. Quando vamos às competições internacionais, queremos que eles façam
sempre o seu melhor e que deixem uma boa imagem e estes quatro prémios dão-nos
muito orgulho, porque realçam a qualidade da formação das nossas escolas, o
empenho dos alunos e o trabalho de equipa que aqui é realizado”, reconhece a
diretora, após uma breve visita guiada às obras que estão em curso na unidade
de Faro.
Os prémios conquistados pelos alunos da EHTA têm sido
muitos, de facto, ao longo dos anos, numa instituição de créditos reconhecidos
internamente e além-fronteiras, de modo que as vagas disponíveis para os vários
cursos são normalmente preenchidas na totalidade. Um crescendo de interessados
e candidatos que é confirmado por Paula Vicente. “Este ano temos 17 turmas, 340
alunos só aqui na escola de Faro, o que significa que as pessoas reconhecem o
nosso valor e também a necessidade de formação na área do turismo. O curso mais
procurado continua a ser o da Cozinha, mas tem crescido bastante a vertente de
Receção e Housekeeping, assim como da Restauração e Bebidas. Também temos
muitos candidatos que procuram a área do Turismo, cursos de ano e meio com uma
componente prática bastante importante”, descreve.
A maioria dos cursos são de nível 4, ou seja, para alunos
que chegam com o 9.º ano de escolaridade e que, após três anos de aprendizagem,
ficam com a equivalência ao 12.º ano e acesso ao ensino superior ou à profissão
que escolheram, mas existem também cursos de nível 5, de especialização
tecnológica pós-12.º ano de escolaridade, lembra Paula Vicente. “Pessoas das
mais variadas formações académicas, que têm cursos, licenciaturas e mestrados,
que já estiveram no mercado de trabalho e que decidem voltar a estudar, durante
ano e meio, findo o que, às vezes, até fazem uma reconversão profissional, mudam
o rumo à sua vida”, observa a entrevistada. “Alguns cursos são vocacionados
para quem trabalha neste ramo e pretende requalificar-se, outros são para o
público em geral, para os amadores que querem fazer um workshop de cozinha para
fazer uma surpresa lá em casa”, exemplifica.
Longe vai o tempo, porém, em que os cursos de nível 4 eram a
solução perfeita para os alunos que não encaixavam bem no ensino formal e que
viam, assim, uma maneira menos complicada de concluírem o ensino secundário.
“Aqui não facilitamos, é um engano completo pensar-se que é mais simples tirar
o 12.º numa escola de hotelaria e turismo. Os alunos têm muitas disciplinas e
um sistema de avaliação das aprendizagens que é rigoroso, portanto, se se
descuidarem, se não tiverem um bom aproveitamento, a conclusão do curso fica
mais dificultada. É fácil para quem está focado, para os miúdos que sabem que
têm que trabalhar arduamente para conseguirem depois uma profissão de
qualidade”, afiança a diretora. “São muitas horas na escola e têm dois estágios
de junho a setembro, ou seja, enquanto os amigos estão na praia, durante o
Verão, eles estão a trabalhar. Mas ficam com outra componente prática, conhecem
a realidade das empresas e do setor e fortalecem as suas competências”,
acrescenta.