Uma das principais apostas da 2ª edição do Som Riscado –
Festival de Música & Imagem de Loulé, que se inicia a 5 de abril e se
estende até ao dia 9, é um conjunto de propostas especialmente pensadas para os
mais novos e famílias, trazendo a Loulé formatos e abordagens criativas e
inovadoras em torno do som e da imagem, incluindo várias instalações e
performances, em estreia absoluta no Algarve, que pretendem abrir novos
horizontes e contribuir para uma maior literacia auditiva e sinestésica do
público mais jovem.
Assim, ao longo de todo o festival, o átrio do Cine-Teatro
Louletano acolhe a instalação sonora interativa «Das Gavetas nascem sons», um
objeto/instrumento musical coletivo que consiste num conjunto de armários
compostos por 42 gavetas de onde saem sons imprevisíveis e surpreendentes
criados pela prestigiada associação portuense Sonoscopia. Já no Convento do
Espírito Santo, e também em permanência ao longo do festival, a mesma
associação apresenta «Phonopticon», instalação que reúne no centro da sala uma
série de fontes sonoras (instrumentos acústicos, elétricos e altifalantes) que
podem ser visualizadas por toda a audiência, disposta em torno da mesma. No último
dia do festival (domingo), pelas 16h30, no local da instalação é apresentado um
espetáculo onde são exploradas novas formas de expressão nas áreas da
composição, interpretação e espacialização eletroacústica.
No primeiro dia do festival (5 de abril), pelas 21h30, os
mais jovens podem desfrutar do espetáculo audiovisual «Pixel Thrasher», do
mediático e premiadíssimo DJ Ride, a realizar no auditório da Escola Secundária
de Loulé numa parceria com esta instituição de ensino. No dia 6 há dois motivos
imperdíveis para aderir ao festival. Pelas 18h30, no auditório do Convento do
Espírito Santo, Filipe Faria, figura maior da música erudita portuguesa,
apresenta «Todas as noutes passadas», um concerto com vídeo e dança que faz o
público mergulhar numa floresta reinventada, convidando-o a uma viagem delicada
por sons e cores, saudades e amores.
Também no dia 6, às 21h30, no Cine-Teatro, o músico Simão
Costa e a coreógrafa e bailarina Yola Pinto trazem a Loulé o concerto-dança «Syn.Tropia»,
depois do sucesso da estreia em Lisboa no São Luiz Teatro Municipal. A ideia
base é arrojada: E se o som não se pudesse ouvir? É esse o ponto de partida de
um espetáculo que se propõe a quebrar barreiras e estimular sensações de modos
que não se julgaria possível. «SYN.Tropia» quer-se um desafio às noções mais
básicas que guardamos de som, luz, imagem e toque. Apesar de publicitado como
um «concerto-dança para surdos», destina-se também aos outros públicos,
explorando a forma como os outros sentidos informam a nossa noção de som.
No dia 7, pelas 21h30, no Cine-Teatro Louletano uma dupla de
luxo regressa ao Som Riscado para apresentar um concerto para piano e desenho
digital em tempo real com o sugestivo título «Qual é o som da tua cara?». O
reconhecido pianista Filipe Raposo e o prestigiado desenhador António Jorge
Gonçalves envolveram e trabalharam previamente com alunos do 1.º ciclo da
Escola EB n.º3 de Loulé e do curso de Artes Visuais da Escola Secundária de
Loulé num workshop sobre retratos e autorretratos cujo processo criativo serve
de base ao aguardado espetáculo a estrear no Cine-Teatro.
No dia 8 (sábado) mais um concerto a pensar em mentes
jovens: muito acarinhados pelo público algarvio, os The Happy Mess,
incontornável projeto da indie pop-rock portuguesa, sobem ao palco do
Cine-Teatro às 21h30 para um espetáculo com uma forte componente visual que
revisita os seus dois álbuns e abre o apetite para o próximo disco, a sair em
breve. Também no dia 8 (sábado), com sessões às 11h e às 18h, e no domingo, com
sessão às 15h30, o festival traz a Loulé mais uma prestigiada companhia
performativa do Porto, a associação Radar 360º, que vem apresentar o concerto
visual de cariz circense «Manipula#Som» (numa antestreia de um projeto maior
encomendado pelo Centro Cultural de Belém – Fábrica das Artes a estrear em
maio).
Esta performance, especialmente dirigida a crianças e
jovens, nasce do diálogo entre a manipulação de objetos e a música interativa.
Acrescenta-se a dimensão sonora à expressão visual do malabarismo e, simultaneamente,
aborda-se o som como matéria para esculpir e manipular. As sessões têm entrada
gratuita, limitada à lotação do espaço, e realizam-se na Casa da Cultura de
Loulé, no Parque Municipal. No domingo, às 18h30, o festival encerra com o
concerto que junta, de forma inédita, o músico Noiserv ao fotógrafo louletano
Luís da Cruz, num diálogo interdisciplinar e como que cinematográfico, a
ocorrer no auditório do Convento do Espírito Santo. Uma proposta para todas as
idades.
O Bilhete Diário do festival tem um custo associado de cinco
euros por pessoa (pagantes a partir de 12 anos inclusive), havendo também a
opção de Bilhete de Festival por um valor de 12 euros. A organização é da
Câmara Municipal de Loulé/Cine-Teatro Louletano, com as parcerias de Loulé
Criativo, Escola Secundária de Loulé, Casa da Cultura de Loulé, Etic_Algarve,
Zonzo, Centro Cultural de Belém – Fábrica das Artes e Arte das Musas.