O CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve tem andado numa roda-viva nos últimos meses, com o roadshow «Autarquia Inova» a percorrer os 16 concelhos do Algarve, mas também com a receção de propostas para mais uma edição do concurso «Ideias em Caixa». Mas a divisão liderada por Hugo Barros é muito mais do que estes dois projetos e, na última década, já ajudou a criar quase uma centena de empresas inovadoras e sustentáveis.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
O CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de
Tecnologia da Universidade do Algarve nasceu, em 2003, resultante de uma
candidatura ao «Inova Algarve», numa parceria entre a Universidade do Algarve,
a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, o NERA –
Associação Empresarial da Região do Algarve e a ANJE – Associação Nacional de
Jovens Empresários. No dia-a-dia, trabalha a relação entre o conhecimento
científico e a investigação produzida pela Universidade do Algarve, o setor
empresarial – pois são as empresas que transformam o conhecimento em bens e
serviços – e a governança, quem define os licenciamentos, os dinheiros públicos
e afins.
Na sua génese tinha três projetos essenciais: a criação de
um Gabinete de Apoio à Propriedade Industrial; o lançamento das bases para um
polo tecnológico na região; a realização de uma mostra empresarial e de um concurso
de ideias, para potenciar a investigação numa ótica de criação de empresas.
“Uma das nossas áreas prioritárias tem a ver com a propriedade industrial,
desde o registo de marcas e patentes, logotipos, direitos de autor, contratos
de licenciamento, quer internamente, para a universidade, como para o
exterior”, indica Hugo Barros, que lidera esta divisão da Universidade do
Algarve desde 2013.
O apoio ao empreendedorismo é uma das vertentes que tem
estado mais em foco nos últimos meses com o roadshow «Autarquia Inova», onde se
dá a conhecer o espírito empreendedor e casos de sucesso de cada concelho, mas
também que existe, no seio da Universidade do Algarve, uma estrutura para
ajudar qualquer um a lançar a sua empresa. “Desde a fase da ideia ao plano de
negócios, do financiamento ao protótipo, do estudo do mercado à criação efetiva
da empresa. Ajudamos o empreendedor em todo o processo, independentemente do
setor de atividade, cara-a-cara, falando diariamente com eles”, salienta o
entrevistado, antes de abordar uma terceira faceta do CRIA, mais ligada à
transferência de conhecimento, à relação entre a universidade e as empresas.
“De uma forma muito simples, queremos estar perto do mercado para perceber o
que as empresas, as associações e a sociedade civil necessitam, mas também para
identificar quais as oportunidades que existem no curto, médio e longo prazo.
Do mesmo modo, estamos próximos dos centros de investigação para perceber que
conhecimento está a ser gerado, que competências e equipamento existem. Basicamente,
mapeamos a oferta e a procura e fazemos uma intermediação entre as necessidades
de inovação e investigação das empresas e a criação de conhecimento que é feito
no seio da universidade”, explica Hugo Barros.
Presente desde o início do CRIA está, igualmente, a
cooperação internacional, como forma de apoio à sustentabilidade da divisão,
assim como para partilhar as boas-práticas e experiências com parceiros dos
Estados Unidos da América, Europa e norte de África. “Esta relação tem crescido
cada vez mais e o objetivo é conhecer as pessoas. Trabalhamos muito com outras
universidades e centros de transferência de tecnologia, municípios, parques de
ciência e tecnologia e construímos redes formais e informais que, depois,
podemos colocar ao dispor das empresas do Algarve”, refere o dirigente. “Isso
pode ajudar as empresas algarvias a darem o salto para mercados internacionais,
mas também queremos ser uma porta de entrada para empresas de outros locais que
se queiram implantar no Algarve”.