A Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, em Loulé, recebe, de 12 de maio a 17 de junho, a Exposição «O Tempo em que a Hora mudou», de Pedro Palma, com curadoria de João Moniz. Nas suas construções, Pedro Palma inova a técnica do vidro com suportes, ferramentas e técnicas não convencionais, estabelecendo reflexões, análises simbólicas sobre questões, relacionadas com a ideia do tempo, tempo espaço e obra, triângulo abissal, aqui e além, o subjetivo no concreto, a dialética da forma e a síntese desse formalismo.
Na sua interioridade, a dádiva da existência quase mística, na sua peregrinação passando pela linha minimal, em sulcos composições sucessivas, variando no mesmo, sendo o outro. Inova com uma linguagem própria, não tendo compromissos maiores com materiais ou técnicas, que ele emprega em cada obra. Sentimos neste minimalismo o extraordinário fazer, fazer realizar, concretizar em algo físico no limite do real, passando pela profunda observação, reflexão e interpretação dos seus princípios e ideias.
A iniciação está lá, não se deixando enganar pela facilidade mercantil de produzir para agradar. Estamos perante um criador em constante evolução da pintura passando para a técnica do vidro, varrendo cada etapa para chegar no presente a um processo de construção de um trabalho cujo tema é sentir que a arte é um tudo num tudo. O vidro liberta-se, foge, respira para um oriente já pensado por ele para nós, ele, esse feito maravilhoso que é a transmissão do poder criativo, obra amorosa de uma caravela em vidro desenhada em múltiplas linhas, fragmentos, partindo do seu pensamento numa viagem sem fim na sua persistência solitária.
Pedro Palma nasceu a 18 de abril de 1985, em Setúbal, cidade onde viveu e estudou até ao final do ensino secundário. Na adolescência mudou-se para Lisboa onde seguiu os estudos, e se licencia no curso de Pintura na Faculdade de belas Artes da Universidade de Lisboa. Seguiu os estudos académicos frequentando o mestrado de Arte e Ciência do Vidro na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Em 2013 recebeu uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Luso-Americana. Teve então oportunidade de desenvolver o seu trabalho em vidro, na School for American Crafts do Rochester Institute of Technology em Nova Iorque durante três meses.
Finalizou o mestrado em 2014 e foi convidado a trabalhar como assistente de estúdio no Mestrado de Arte e Ciência do Vidro até à data. Em simultâneo, começou a residência no Carpe Diem Arte e Pesquisa onde desenvolveu um projeto de intervenção no palácio, que foi enquadrado no ciclo de exposições coletivas, realizadas em setembro de 2015. Em 2016, trabalhou como assistente para a artista Belen Uriel, durante meio ano. Recentemente Pedro Palma expôs  uma obra sua numa exposição coletiva, European Glass Context, em Gronbechs Gards, Bornholm na Dinamarca.
A Exposição «O Tempo em que a Hora mudou» inaugura dia 12 de maio, pelas 18h, e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h30, e ao sábado, das 9h30 às 16h. A entrada é livre.