Foi anunciado, no dia 20 de maio, no Cine-Teatro Louletano, o programa completo do 14.º Festival MED que, nos dias 29 e 30 de junho e 1 e 2 de julho (o «Open Day» de entrada livre), irá regressar à Zona Histórica de Loulé para mais uma edição que se prevê memorável. Raquel Bulha, apresentadora e produtora de programas na área da World Music, voltou a ser a anfitriã desta sessão que contou com um concerto bem ao estilo do MED com a banda da Ilha de Malta Tribali a contagiar o público e a «abrir o apetite» de todos os presentes para o Festival.
Neste momento foram divulgados os últimos cinco nomes que integram o cartaz, a par dos anteriormente anunciados, e que vão atuar nos Palcos Matriz, Cerca e Castelo. La Dame Blanche (Cuba/França), Lura (Cabo Verde), Che Sudaka (Colômbia/Argentina/Espanha), Daniel Kemish (Reino Unido) e Teté Alhinho (Cabo Verde) juntam-se a Ana Moura, Rodrigo Leão, Fábia Rebordão, Hélder Moutinho, Marta Ren, Oquestrada, Bezegol, Medeiros/Lucas, Celeste/Mariposa e Branko (Portugal), Throes + The Shine (Portugal/Angola), Rachid Taha (Argélia), Fanfare Ciocarlia (Roménia), BNegão (Brasil), Tout-Puissant Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou (Benin), Canzoniere Grecanico Salentino (Itália), Akua Naru (Estados Unidos), Mayra Andradde (Cabo Verde), Delgres (Guadalupe/França), Niyaz (Itão), Boogat (México/Canadá) e H.A.T. (Marrocos/Estados Unidos).
Yaite Ramos Rodriguez, com o nome artístico de La Dame Blanche, foi abençoada com os genes da música através do seu pai Jesus «Aguaje» Ramos, um trompetista excecional e o diretor artístico da Orquestra Buena Vista Social Club. De Cuba trouxe uma herança rica em melodias e ritmos quentes e dançantes, já pela Europa juntou-lhe o hip-hop, o dancehall ou o reggae. Influenciada pelos ritmos latino-americanos, a cantora prefere seguir um rumo mais electrónico, unindo à cumbia o hip hop e o reggae em «2», o seu mais recente lançamento.


De regresso ao Festival MED, após uma participação em 2009, Lura é uma das mais conceituadas artistas de África. A gravação de «Herança» aconteceu no início de 2015, um trabalho vibrante, tremendamente dançável e puramente cabo-verdiano. «Herança» foca a real energia do arquipélago, o compasso e ritmo do funaná e retrata a intensidade cabo-verdiana, das suas gentes, tradições e da sua música na mais melodiosa e carismática voz de toda uma geração. Na voz de Lura, cada tema do disco é a redescoberta da essência da mestiçagem e da música tradicional crioula feito canto universal, no segredo mais bem guardado de continente africano: Cabo Verde.
Em Espanha, há uma enorme vaga de bandas de ska – muitas delas com fortíssimas motivações políticas, autonómicas ou independentistas e os Che Sudaka estão na sua linha da frente. Formados há quinze anos em Barcelona, o grupo está em 2017 a comemorar quinze anos de existência e a digressão que passa agora pelo MED de Loulé celebra a data com uma explosão de diversidade musical onde o ska, o punk e a cumbia são os sabores principais.
Outro dos nomes anunciados para o MED é Daniel Kemish, um cantor/compositor com estilo folk americano. Originário do Reino Unido, cresceu a maior parte da sua vida no Algarve. Daniel tem um impulso natural para a vida na estrada. Este ano realizou mais de 150 concertos e percorreu mais de 75 mil quilómetros promovendo o seu álbum de estreia «Fools and Money», que foi gravado no estúdio A do famoso «Ocean Way Nashville». Ao vivo, Daniel é «cru» e energético, transitando perfeitamente entre o rock and roll e as músicas íntimas e delicadas, seja com banda ou a solo.
Depois da participação na sessão de apresentação do Festival no Cine-Teatro Louletano, em maio de 2016, Teté Alhinho integra este ano o cartaz do MED. Autora e compositora de mais de 50 canções, muitas delas autênticos clássicos no cancioneiro de Cabo Verde, o seu CD «Voz» é um disco apenas com guitarra e voz e foi considerado pela Songlines, editora inglesa de World Music, como um dos 10 melhores Discos de 2004. Em Loulé, apresentará «Mornas ao Piano», projeto sonhado há muitos anos segundo a cantora, um trabalho que celebra a simplicidade e magnificência das suas composições, onde se encontram também temas originais com a assinatura de nomes como Mário Lúcio Sousa ou BLeza.


Com nove palcos distribuídos pelo recinto, o 14.º Festival MED vai contar mais de 250 músicos, 55 bandas de 21 nacionalidades diferentes, e mais de 75 horas de música. Durante esta apresentação, Vítor Aleixo, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, entidade organizadora do evento, salientou o prémio de «Melhor Festival de Média Dimensão», atribuído ao MED, no passado mês de março, em Barcelona, durante os Iberian Festival Awards. “É o reconhecimento de que Loulé, neste contexto de promoção de festivais de World Music, se posiciona de tal maneira que é capaz de competir com as cidades mais importantes da Península Ibérica”, sublinhou.
O autarca garantiu a qualidade artística deste cartaz que, de certo, irá entusiasmar os adeptos da World Music, mas também todos aqueles que, ano após ano, vêm até Loulé nesta altura do ano. “Este ano fomos particularmente cuidadosos na escolha dos artistas para que este seja, se não a maior, uma dos maiores edições destes 13 anos realizados”, sublinhou. Recorde-se que desde que arrancou, o Festival MED já foi palco da atuação de 450 bandas em representação de 41 países, entre eles o Mali, a Finlândia, os Estados Unidos, Cuba, Bósnia-Herzegovina, Israel, Angola, Moçambique e, naturalmente, Portugal, entre outros. Buena Vista Social Club, Geroge Clinton, Balkan Beat Box, Cumbia All Stars, Goran Bregovic, Shantel Solommon Burk, Amadou&Mariam, Rokia Traoré, Kimmo Pojonnen, Tinariwen, Carminho, Gisela João, Camané ou Batida foram algumas das figuras da cena internacional da World Music que já integraram o cartaz deste evento.