O programa musical das
comemorações do Dia da Cidade de Quarteira foi bastante rico e um dos nomes em
maior destaque foi o de Sara Lawrence, que subiu ao palco ao lado dos «The
Bullets» para dar a conhecer o seu primeiro trabalho de originais.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Sara Lawrence & The Bullets subiram ao palco instalado
na Praça do Mar, em Quarteira, na noite de 13 de maio, mas uns dias antes já o
single de estreia desta quarteirense de 27 anos, «Tar Road», se podia ouvir nas
rádios e em diversas plataformas digitais. Uma música onde a voz de Sara salta
de imediato à vista, num pop/rock de tonalidade norte-americana, com umas
pitadas de blues, folk e indie, que foi ganhando corpo, devagar, à medida que
passava da adolescência para a idade adulta. Por isso, só quando andava na
universidade, a tirar o curso de Ciência Política, é que, depois de concluídas
as tarefas académicas e domésticas, pegava na guitarra e começava a cantar,
para desanuviar a mente.
Finalizada a licenciatura, não chegou a exercer a profissão,
uma vez que regressou ao Algarve para ajudar num dos negócios de família, o Bar
Boomerang, em Vilamoura, onde tocava também música ao vivo com o irmão Marc
Policarpo. “Há cerca de dois anos comecei a escrever e depressa compreendi que
era isso mesmo que me apaixonava. Compor sempre foi uma espécie de terapia para
mim, quando estava irritada ou chateada, passava essas emoções para o papel e
isso ajudava-me a lidar com as situações”, conta Sara, confirmando que o inglês
foi uma opção natural, não premeditada. “Já escrevi poemas em português,
curiosamente mais vocacionados para o rap, porque um dos meus objetivos também
é criar temas para outros artistas. Mas esses ainda estão na gaveta. Quando
componho para mim é mais fácil, mostro logo ao meu irmão e a outras pessoas em
cujos gostos musicais confio”, revela.
A guitarra é uma companheira de longa data, mas garante que
não é nenhuma craque, serve apenas para ajudá-la na vertente harmónica e
melódica enquanto está a escrever. “O meu instrumento é a voz”, sublinha. “No
início, gravava as músicas naqueles programas mais básicos de computador para
perceber o que tinha que melhorar. O processo só se tornou mais profissional
com o decorrer dos anos, quando fui para Lisboa. O Pedro Villas-Boas, dos
estúdios «Namouche», interessou-se pelo meu trabalho, chamou o meu produtor, o
Flávio Cristóvão, um músico fantástico, cheio de talento, e começamos a
desenvolver os temas para um EP, que ainda não está terminado porque eu sou
super perfecionista”, reconhece Sara Lawrence.
Já disponível está «Tar Road», espalhada pelos quatro cantos
do mundo através das plataformas digitais, a entrar-nos pela casa adentro por
via da rádio, uma sensação indiscritível, conta Sara, assim como será o
espetáculo na Praça do Mar, no âmbito do Dia da Cidade de Quarteira. “O
nervosismo é normal nestas ocasiões, mas estou muito ansiosa por mostrar as
minhas músicas e receber o feedback das pessoas. Vai ser um concerto para os
amigos e família, o que me deixa bastante feliz”, antevia a artista, explicando
que as suas letras falam de emoções, de amores e desamores, de acontecimentos
do quotidiano. “Falo dos meus princípios, daquilo que me irrita, das coisas com
as quais não concordo. Tento ser o mais transparente possível e escrevo o que
me sai na altura. Não estou a pensar qual vai ser a reação dos outros, nem me
interessa fazer parecido ao que está no top. São as minhas emoções em estado
puro, não faço nada de que não gosto”, garante.