O Teatro Lethes, em Faro, recebeu, nos dias 17 e 18 de junho, o espetáculo de fim de ano letivo 2016/2017 da Escola de Dança Incorpora. Sob o tema «À Borda d’Água o que vês?», perto de meia centena de jovens exibiram os seus dotes na dança contemporânea e ballet, mas as férias de Verão só chegam depois de alguns workshops e atuações nas próximas semanas.

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

Na noite de sábado e na tarde de domingo, dias 17 e 18 de junho, respetivamente, o Teatro Lethes esgotou por completo para se assistir a «À borda d'água o que vês?», que marcou o final do ano letivo de 2017/2017 da Escola de Dança Incorpora. Inspirado no célebre almanaque da vida «Borda d’Água», os jovens pupilos de Filipa Rodriguez (dança contemporânea) e Eduarda Corradini (ballet) interpretaram diversas coreografias com tremendo talento, num espetáculo surrealista com muita imagem e movimento.
Com dramaturgia de Filipa Rodriguez e coreografias de Filipa Rodriguez e Eduarda Corradini, a conceção visual esteve a cargo da OVA – Orquestra Visual Algarve, numa produção da Curioso Aplauso Associação Cultural, da qual Filipa Rodriguez é a vice-presidente da direção. “No primeiro período damos essencialmente a técnica, no segundo introduzimos exercícios de expressão criativa e da componente do imaginário e, no terceiro período, começamos a treinar as coreografias para o espetáculo. Os alunos são de Faro, Almancil, Quarteira, Estoi, nota-se um grande interesse dos jovens algarvios na dança”, comenta Filipa, já depois de ter descido o pano no final do segundo espetáculo.
Neste género de atividades, o «passa a palavra» é sempre a melhor publicidade, daí que o número de alunos venha a aumentar de ano para o ano, o que obrigou, inclusive, a escola de dança a mudar de instalações neste último ano letivo. E a maioria dos pais envolve-se mesmo a sério nesta paixão dos filhos, não se limita a ir levar e buscar os filhos às aulas, assegura a professora de dança contemporânea. “Compreendo que nem todos possam ter o mesmo grau de empenhamento por causa das suas profissões, mas estão sempre presentes nas atuações. Dos alunos, há aqueles que, quando chegam, dizem logo que querem ser bailarinos profissionais. Para outros, é apenas uma forma de ocupar o tempo e de trabalhar o corpo”, observa Filipa Rodriguez.
Do sonho à realidade depois tudo depende da dedicação de cada um, mas a entrevistada entende que cada vez há mais oportunidade de trabalho nesta área. “A mentalidade de que a dança é uma profissão sem futuro está a mudar gradualmente, mas sabemos que as coisas chegam sempre com algum atraso a Portugal”, reconhece a professora, adiantando que o tempo de férias ainda não chegou para os alunos. “Vão ter vários workshops de dança e teatro, porque o nosso objetivo é criar uma companhia multifacetada que produza espetáculos combinando a dança contemporânea com o teatro físico. Os alunos sabem que, se quiserem ser bailarinos clássicos, do ballet puro, esta não é a escola mais indicada”, avisa. Espetáculos que são importantes para desenvolver e motivar os jovens, para perceberem que não vão apenas aprender a teoria, e as solicitações são, de facto, muitas para atuar no Verão algarvio.

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