No dia 21 de junho, o Salão Nobre da Câmara Municipal de Albufeira
acolheu uma sessão de esclarecimento sobre o projeto «INOVA ALGARVE 2020», na
qual mais de 20 empresários estiveram presentes. Na ocasião, Vítor Neto desmistificou
diversas questões quanto ao Turismo. “Vi crescer esta cidade ao longo de
décadas e é hoje uma das mais importantes e na economia da Região. Note-se que
tem mais dormidas legais do que muitas regiões inteiras do país”, começou por
dizer o recém reeleito Presidente do NERA – Associação Empresarial da Região do
Algarve e natural de Albufeira.
Vítor Neto esclareceu os presentes que, quer o NERA, quer a
AMAL e a CCDR, possuem estruturas de apoio aos empresários no sentido de os
ajudar, por um lado, a esclarecer as diversas questões que possam ter em termos
do que é a inovação e, por outro, no apoio à elaboração de uma candidatura ao
Programa Operacional Regional do Algarve – CRESC Algarve 2020, por forma a
inovarem na sua empresa e, com isto, diferenciarem o seu produto e/ou serviço
no mercado. O presidente do NERA apresentou ainda dados que para muitos foram
uma surpresa, especialmente quando afirmou que das seis mil empresas existentes
em Albufeira, duas mil e 200 são sociedades. “Destas empresas, 400 situam-se no
comércio, 100 na área dos transportes, 700 no sector do alojamento e
restauração, 300 são do sector imobiliário, apenas 40 na área da agricultura, o
que mostra que estamos a deixar para trás uma riqueza imensa, que outrora foi
de importância capital para Albufeira e esta é uma fraqueza atual deste
concelho. As restantes empresas são de outras áreas dispersas”, frisou.
Seguindo dados do INE, aquele responsável afirmou ainda que
o Algarve tem quase 50 por cento de todas as dormidas a nível nacional, das
quais cerca de 80 por cento são estrangeiras. “As dormidas nacionais contam como
consumo interno e as estrangeiras como exportações. Uma das nossas grandes
lacunas nacionais é a de não afirmarmos a importância do Turismo na Economia. O
Turismo merece uma atenção superior e Albufeira tem nisto um papel capital. Se
queremos ser mais competitivos temos que nos adaptar às novas realidades e quem
não fizer este trabalho de inovação, desaparece”, avisou Vítor Neto.
Note-se que no ano passado houve um crescimento em Portugal
de quase quatro milhões de dormidas de estrangeiros, das quais milhão e meio
veio para o Algarve, sendo que o Porto registou cerca de 600 mil e Lisboa 800
mil. “Há dados a desmistificar quanto ao Turismo, mas isso é simples, basta
saber ler os dados do INE – Instituto Nacional de Estatística”, reforçou aquele
empresário, acentuando ainda a qualidade e o prestígio do turismo algarvio. No
que concerne aos turistas ingleses, reforçou que há nove milhões na totalidade de
dormidas legais (2016), das quais 67 por cento do total são no Algarve, tendo a
Madeira cerca de 20 por cento do bolo, Lisboa 8 por cento e o Porto 2,8 por
cento. “No ano passado, houve um acréscimo de mais de 800 mil dormidas de
ingleses no país, 500 mil das quais se verificaram o Algarve”.
Vítor Neto lamentou ainda que “tentem inferiorizar a região
como sendo apenas um destino de sol e mar, porque os números continuam a falar
de um destino privilegiado, mas não podemos ficar para trás”. Por estes
motivos, o NERA, a AMAL, a CCDR encontram-se unidas no apoio aos empresários da
região na elaboração de candidaturas aos fundos comunitários. O apoio visa
garantir que as candidaturas se encontram enquadradas na estratégia Europa 2020,
que procura criar um crescimento inteligente (investindo de forma eficaz na
educação, investigação e inovação), sustentável (movendo-se em direção a uma
economia de baixo carbono) e inclusivo (enfatizando a criação de emprego e a
redução da pobreza).
Para além disso, é ainda essencial que a candidatura se
encontra alinhada com a RIS 3 Algarve – Estratégia Regional de Investigação e
Inovação para a Especialização Inteligente que, de entre outros, preconiza a
promoção da diversidade de base económica regional; a promoção de redes de
cooperação e reforço da transferência de conhecimento entre o sistema de
investigação, e o meio empresarial e o mercado; o incremento do foco na
investigação aplicada e na inovação com ênfase nos resultados, nomeadamente,
com vista à melhoria da competitividade, da incorporação e captura de mais
valor e o aproveitamento do potencial dos recursos naturais da região,
potenciado pela variedade relacionada entre os diversos setores de especialização
regional, reforçando as cadeias de valor promovidas pela dinâmica do setor turístico.
No que concerne às áreas de especialização inteligente, refira-se que o Algarve
possui dois mercados consolidados, que são o sector do Mar e o sector do
Turismo. Nas áreas emergentes encontram-se os sectores Agroalimentar, Energias
Renováveis, Ciências da Saúde e da Vida, as TIC e Atividades Criativas.