As paróquias de Tavira terão a trabalhar no restauro do seu património a técnica Marta Pereira, formada pelo Instituto Politécnico de Tomar e especialista na área de conservação e restauro. Esta contratação surge na sequência da criação da empresa «Artgilão – Atividades Religiosas e Turísticas de Tavira, Lda», que foi pensada com o objetivo de explorar financeiramente todas as possibilidades que possam surgir nesta paróquia, de modo a poder aplicar as receitas geradas na recuperação do património religioso.
De acordo com Miguel Neto, o Pároco destas paróquias, a preocupação central é a rentabilização do património que está a seu cargo, “para que o mesmo possa ser oferecido aos fiéis e visitantes e possa ser preservado, já que existem múltiplas igrejas nestas paróquias (Santa Maria, Santiago, S. Paulo, S. António, entre outras), que podem gerar receitas a usar na conservação e restauro de peças”. “Tenho o sonho de poder vir a criar um gabinete/atelier de restauro em Tavira, mas enquanto esse sonho não for possível de realizar, queremos começar o trabalho de proteção das nossas peças de arte, com a ajuda da Marta Pereira, que tem conhecimentos específicos e nos dará um grande auxílio nesta tarefa de melhor defender o nosso património”, reforçou o Pároco.
A nova empresa resultou de um pedido feito em setembro de 2016 aos colaboradores das paróquias quando passou a estar ao serviço das mesmas. Para já, a rentabilização económica deste património passa, por exemplo, pelo merchandising, que se encontra à venda numa loja existente na Igreja de Santa Maria, e pelas visitas turísticas. “Esta rentabilização permite a criação de postos de trabalho como o desta técnica de restauro, o que muito nos alegra, pois assim também cumprimos a nossa função, enquanto stakeholders, na dinamização do tecido social e económico local”, considera Miguel Neto. “Todo o merchandising que está à venda foi criado tendo como base do design o património das próprias Igrejas, nomeadamente a sua azulejaria, que é uma marca forte. Queremos que estas peças possam ser embaixadoras da nossa causa e do nosso projeto, para que possamos efetivamente levar por diante ideias que permitam recuperar e preservar os bens que as paróquias de Tavira têm e que queremos que todos possam fruir”.
Esta preocupação da fruição do património também está na base de uma parceria existente com a Câmara Municipal de Tavira e que permitirá que, nos meses de junho e agosto, as igrejas estejam abertas e visitáveis. “Temos vindo a trabalhar com a autarquia em tudo o que nos pode permitir manter e dignificar o património religioso material e imaterial da cidade de Tavira. Queremos aprofundar esse relacionamento, de modo a que as Igrejas beneficiem da proximidade e colaboração existentes, bem como o povo cristão, que verá, por certo, as suas tradições reforçadas e promovidas, pois Tavira é rica de momentos e expressões religiosas que são muito particulares na nossa região”, diz ainda Miguel Neto.