O Centro Multiusos do
Azinhal recebeu mais uma edição do «Terra de Maio», entre 26 e 28 de maio, com
o objetivo de promover a Cabra de Raça Algarvia, a sua carne, o seu leite e o
seu queijo. A par da gastronomia e do artesanato, houve ainda animação para
todos os gostos, com particular destaque para o espetáculo de Herman José, que
levou à loucura os muitos fãs que estiveram presentes na noite de sábado.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
A 10ª edição da Terra de Maio, realizada de 26 a 28 de maio,
no Centro Multiusos do Azinhal, saldou-se num tremendo sucesso, recebendo
milhares de visitantes, atraídos pela identidade local que o evento promove,
desde a arte, passando pela gastronomia, até à música. Como seria de esperar, o
sábado foi o dia de maior afluência, muito por culpa do espetáculo do consagrado
humorista Herman José.
Um dos destaques do fim-de-semana foi a confeção do maior queijo
de cabra de raça algarvia, um queijo fresco com aproximadamente 40 quilos de
peso e 80 centímetros de diâmetro, para o qual foram necessários cerca de 170
litros de leite e 1,5 quilo de flor de sal de Castro Marim. À escolha dos
visitantes havia três variedades: o genuíno queijo fresco, o queijo fresco com
ervas aromáticas e o queijo fresco com chocolate, uma novidade desta iniciativa
que foi mais uma vez dinamizada pela ANCCRAL – Associação Nacional dos Criadores
de Caprinos de Raça Algarvia. “Todos os anos procuramos tornar esta feira mais
apetecível e a vontade é promovê-la cada vez mais na vizinha Espanha. Devemos
primar pela qualidade e pela diferença, alicerçados nos nossos bons produtores,
artesãos, restaurantes e gentes locais”, frisou Francisco Amaral, presidente da
Câmara Municipal de Castro Marim, esclarecendo que há muitos jovens no concelho
a dedicarem-se à pecuária e à criação de pequenos ruminantes. “É uma área que
tem futuro e isso dá-nos ânimo para continuarmos com os nossos esforços”.
Promover a Cabra de Raça Algarvia e os saberes e sabores a
ela associados são o grande objetivo da «Terra de Maio», que tem vindo a
crescer e a conquistar espaço no calendário de programação cultural do Algarve
e também da vizinha Andaluzia. E outro dos principais motivos de interesse é o Concurso
da Cabra de Raça Algarvia, competição da chancela da ANCCRAL que contou com a
participação de 11 produtores do território do Baixo Guadiana. A Cabra de Raça
Algarvia é um animal corpulento, que atinge cerca de 50 quilos em idade adulta.
Com pelo curto, branco e com malhas castanhas de várias tonalidades, resulta de
um cruzamento entre a cabra charnequeira do Algarve com a cabra marroquina (no
séc. XIX) e do cruzamento posterior com a cabra alpina espanhola (no início do
séc. XX).
Na atribuição dos prémios do concurso esteve presente
Fernando Severino, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, para
quem é fundamental preservar este recurso endógeno da região, apesar das
dificuldades sentidas, no dia-a-dia, pelos seus criadores. “Bem-haja por
manterem acesa a chama da cabra de raça algarvia e dos seus produtos. Se
houvesse mais queijo disponível, mais era vendido, portanto, o potencial de
crescimento é extraordinário. Imaginem se tivéssemos cabrito e queijo
suficiente para dar a provar aos milhões de turistas que visitam anualmente o
Algarve”, apontou o responsável.