O Teatro das Figuras, em
Faro, recebeu, no dia 25 de junho, o espetáculo de final de ano letivo
2016/2017 da Academia de Dança do Algarve, com a parte da tarde a ser
abrilhantada pelas classes infantil e juvenil e a noite a acolher a gala final
com os alunos mais graúdos, mas também com a exibição dos próprios instrutores
e das equipas de competição da ADA.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Há 10 anos que a Academia de Dança do Algarve dá cartas na
divulgação da cultura urbana nas suas várias facetas, com particular incidência
na dança, não só do puro hip-hop, mas também das vertentes do afro-house,
contemporâneo, dancehall, vogue e freestyle. Uma década sob a batuta da
professora de educação física Marinela Gouveia, onde estes estilos são
incutidos a quase 500 alunos com idades a partir dos quatro, cinco anos e
divididos por nove polos – Tavira, Fuzeta, Olhão, Faro, Conceição, Estoi,
Loulé, Almancil e Quarteira. “Depois dos 10 anos, eles começam a querer
aperfeiçoar-se tecnicamente em alguns estilos, no freestyle para irem sozinhos
a «batalhas», ou no afro-house, vogue wacking ou dancehall para irem a
competições. No próximo ano letivo vamos introduzir o krump e o b-boy, porque
um bailarino que quer ser completo tem que dominar diferentes vertentes”,
refere Marinela Gouveia.
O crescimento tem sido feito com a qualidade em mente e não
com o objetivo de ter o maior número possível de alunos, para que cada
instrutor consiga dar a devida atenção aos seus pupilos e às equipas que
lidera. E isso é importante para que os jovens percebam se gostam, realmente,
de dançar hip-hop ou se as aulas são apenas mais uma atividade de ocupação de
tempos livres. “Há muitos talentos a aparecer aos oito ou nove anos, a dar
trunfos, e que integram as equipas dos «Young Sparks» ou dos «Spark Kids».
Temos também a «Crown Dance Team», os «Diamonds of Dancehall», as «G-Sparks», os
«Mega Sparks» e os «Sparks of Swagga» e, felizmente, a nossa sede está repleta
de prémios. Cada vez que vamos a algum campeonato em Portugal ou Espanha, o
nome «Sparks» já não é indiferente, associam-no logo ao Algarve”, confirma a
entrevistada, orgulhosa.
Entretanto, nas equipas Mega juntam-se os jovens com os
adultos, para que os mais novos compreendam a realidade das formações de maior
dimensão, com 20 a 30 pessoas a dançar em uníssono. “São outras dinâmicas e
também é importante o contato e o convívio entre alunos de idades diferentes”,
refere Marinela Gouveia, acrescentando que o trabalho nunca para na Academia de
Dança do Algarve e que o espetáculo a que acabamos de assistir, no Teatro das
Figuras, exige um grande planeamento temático, com o objetivo de que todas as
coreografias estejam interligadas. “Este ano tentamos abranger nas 60
coreografias diversas formas de arte, desde a pintura à arquitetura e
escultura, o que não é fácil. A primeira coreografia apresentada ao público, na
altura do Natal, é mais ligeira, porque temos pouco tempo para a preparar, mas
depois o ritmo torna-se mais intenso e o trabalho mais aprofundado”, descreve.
Cuidados que se estendem à seleção das próprias músicas e à
conceção de videoclips para as equipas adultas – «G-Sparks» e «Sparks of
Swagga», embora, este ano, também se tenham integrado os «Young Sparks» no
processo. “Estreamos na gala um novo videoclip dos «Sparks of Swagga» e
brevemente teremos também novidades da parte das «G-Sparks», para que toda a
gente perceba que, no Algarve, se dança muito bem”, revela Marinela
Gouveia.