A Zona Histórica de Loulé viveu, no dia 1 de julho, mais uma
noite verdadeiramente frenética do Festival MED. No terceiro dia do evento, o
alinhamento musical reforçou a ideia de diversidade artística, de
nacionalidades e culturas, o que contribui também para que milhares de pessoas
de diferentes idades e gostos, vindas dos quatro cantos do mundo, voltassem a
encher por completo o recinto.
A celebração teve como pontos altos as atuações dos
sul-americanos Che Sudaka e do agrupamento romeno Fanfare Ciocarlia. A
cabo-verdiana Mayra Andrade abriu o Palco Cerca, juntando na plateia muitos
conterrâneos que quiseram ouvir as sonoridades imortalizadas por Cesária Évora
e que são recriadas de forma sublime pela voz desta jovem cantora. Para os
verdadeiros aficionados das músicas do mundo, Delgres proporcionou um dos
concertos mais geniais do MED. O grupo de origens na ilha caribenha de
Guadalupe mas radicado em França trouxe o blues no seu estado mais puro,
executado na perfeição pelos seus três elementos.
A encerrar o Palco Cerca, a Fanfare Ciorcalia que, em 2011,
proporcionou um momento inesquecível no MED numa batalha de fanfarras contra a banda
sérvia Boban&Marko Markovic, voltou deixar a sua marca com os alegres e
fulgurosos ritmos balcânicos. A rapidez e complexidade da cadência do
clarinete, saxofone, trompete e outros instrumentos contagiou o público. E foi
também nesta toada festiva que, os Che Sudaka, projeto nascido em Barcelona
pelas mãos de argentinos e colombianos, «incendiou» o Palco Matriz. Milhares de
pessoas dançaram, saltaram e cantaram conduzidas pela banda que tem o seu «porto
seguro» no ska, mas que apresenta uma diversidade sonora abrangente onde cabem
sonoridades tão díspares como o punk ou a cumbia. Passaram ainda por este palco
Nyaz, um projeto marcante na música contemporânea do Médio Oriente, com uma
visão atual de fusão entre a eletrónica, a poesia Sufi medieval, a música
tradicional do Irão e, no encerramento da noite, a força criativa por trás dos
Buraka Som Sistema, o DJ Branko.
Os nomes nacionais dominaram o Palco Castelo, com a fadista
Fábia Rebordão a esgotar este espaço histórico da cidade, mas também com o
projeto que junta Carlos Medeiros e Pedro Lucas – Medeiros/Lucas – e o estilo único
e inconfundível de Bezegol.