É uma das novidades do Verão 2017, o Bubble Football, uma mistura de futebol com futebol americano ou rugby, onde o objetivo é marcar golos, mesmo que, para isso, se tenham que derrubar todos os adversários que apareçam pelo caminho. Tudo isto, claro, dentro de bolhas gigantes …

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Quem passasse num destes finais de tarde pela entrada de Faro deparava-se com um desporto diferente do habitual a animar o relvado em frente ao Fórum Algarve. Um campo de futebol demarcado por pinos de plástico, uma baliza pequena em cada extremo do retângulo, uma bola de dimensões oficiais. Até aqui, tudo normal. Depois, a novidade, os jogadores, quatro em cada equipa, com o equipamento tradicional, mas enfiados dentro de bolhas gigantescas. Bola ao centro, o árbitro apita e, de repente, é o salve-se quem puder. Jogadores uns contra os outros, a rebolar na relva, às piruetas, de cabeça para baixo, dentro das tais bolhas, com alguém a tentar marcar golos, sem nenhuma tática definida ou pensada.
Na linha lateral, muitos entusiastas apoiavam as suas equipas, entre os quais Marco Rojo, professor e mestre de esgrima em Olhão e que agora abraçava esta nova aventura, em parceria com os amigos Sabino Soares e Nélson Leal. “O Bubble Football já é dinamizado por algumas empresas em Lisboa e no Norte de Portugal e pensámos que o Algarve, como região de muito sol e calor, seria ideal para se introduzir também esta modalidade praticada ao ar livre. Para já, é uma atividade recreativa, de lazer, mas existem competições mais ou menos organizadas noutros países, grupos de amigos que formam equipas para disputar torneios”, conta Marco Rojo, adiantando que, no Bubble Football, podem jogar homens e mulheres, adultos e crianças, tudo em simultâneo, uma vez que existem bolhas adequadas para todos os tamanhos. 
Ao fim de alguns minutos de intensa adrenalina, e depois de mais um golo marcado, é tempo para uma pequena pausa, porque a modalidade é bastante exigente em termos físicos, sobretudo pelo calor que se sente dentro das bolhas. Por esse motivo, os encontros acontecem normalmente ao final da tarde, até para não interferir com os horários de quem trabalha ou estuda, contudo, mesmo com o sol menos intenso, há que acautelar a desidratação e beber água com frequência. “Correr 10 minutos com uma bolha destas é extremamente desgastante, o que obriga as pessoas a terem uma boa resistência física. As regras são muito flexíveis, com quatro contra quatro, sem guarda-redes nem cantos. Se o espaço for maior, as equipas podem ter cinco elementos cada e pode-se jogar ao ar livre ou dentro de um pavilhão. Não convém é que o piso seja demasiado abrasivo, para não perfurar a bolha”, explica Marco Rojo. “A praia também seria um bom local para se jogar, mas o problema são as conchas, caricas ou pedaços de vidro”, acrescenta.


Assim que o árbitro dá sinal de partida, a única falta é tirar a bolha no recinto de jogo, por uma questão de segurança, porque é ela que protege os praticantes contra os choques. E os choques são, de facto, constantes, mas divertidos. Nesse sentido, torna-se complicado delinear táticas, embora seja natural que os restantes elementos da equipa protejam a progressão do colega que tem a bola nos pés. “Vão fazendo placagens, derrubando os adversários que estiverem no caminho, para se chegar ao golo. Só que, com a brincadeira, às vezes as pessoas esquecem-se da bola e estão mais preocupadas em atirar os outros para o chão”, reconhece, com um sorriso, ao mesmo tempo que garante que o Bubble Football ajuda a melhorar a coordenação motora e a orientação espacial. “Quando levamos com um encontrão, rebolamos, rodamos 360º e, de repente, estamos de cabeça para baixo, pernas para cima, sem sabermos para que lado está a baliza e o nosso campo. É uma maneira divertida de treinar os reflexos”.
Para dinamizar a modalidade no Algarve, os três sócios criaram a «Algarvefootbubble» e as partidas podem acontecer de forma espontânea em espaços ao ar livre, como sucedeu neste final de tarde, em frente ao Fórum Algarve, do mesmo modo que se podem organizar competições fechadas para grupos de amigos, escolas ou empresas. “O importante é que as pessoas façam desporto para terem uma vida mais saudável e, muito provavelmente, no final do jogo ninguém quer saber quem é que ganhou ou perdeu. A certeza é que se transpira bastante, se convive imenso e se fortalece o espírito de grupo”, garante Marco Rojo. Quanto ao equipamento, às bolhas, são feitas à medida para esta empresa sedeada em Faro. “Tivemos um grande cuidado em escolher o fabricante certo para que o material assegurasse a segurança dos praticantes, com proteção nas mãos e no rosto, pegas firmes, tamanhos diferentes para adultos e crianças, para que todos estejam confortáveis ergonomicamente. As pessoas nunca viram umas bolhas com pernas a jogar futebol e ficam logo com vontade de experimentar”, conclui Marco Rojo, porque tinha terminado a pausa para a conversa e era tempo de entrar também no campo de jogo.