A rampa e o foyer do Teatro das Figuras, em Faro, acolheram,
no dia 25 de julho, um sunset especial onde os alunos do polo algarvio da Etic
– Escola de Tecnologias, Inovação e Criação exibiram alguns dos trabalhos que
desenvolveram ao longo do ano letivo 2017/2018, e de onde se destacaram o
projeto musical T.R.I.P., os videoclips para as bandas Epiphany e Black Teddys,
os documentários «Ser de Faro é ser Farense» e «Navegando nas Águas do Lethes»
e as ficções «CIGMA» e «Follow Me». “Na rampa temos apresentações ao vivo dos
alunos de Produção e Criação Musical e são os alunos de Técnica de Som que
estão a preparar essa atuação. No Foyer do Teatro encontram-se trabalhos de
fotografia, concept art, design, para além dos videoclips e documentários. É
uma festa de final de ano e o culminar do trabalho árduo de alunos, formadores
e de toda a equipa”, descreveu Nuno Ribeiro, diretor da Etic_Algarve.
De acordo com o responsável, a experiência em Faro tem sido
bastante agradável e proveitosa e a única certeza é que nunca se consegue
prever o que vai acontecer no ano seguinte, sendo as surpresas uma constante. “Este
ano foi muito positivo e o trabalho não termina quando se encerra um período
letivo. Os nossos alunos vão estar em ação em diversos eventos durante o Verão,
seja em reportagens fotográficas ou de vídeo. Esta escola tem um forte cariz de
se conceber, criar e projetar os trabalhos numa perspetiva de portfólio real e de
ligação próxima com o mercado, as empresas e as instituições. Os alunos têm
logo essa vivência do mundo real, dos horários a cumprir, dos equipamentos a
utilizar, dos constrangimentos colocados pelos diferentes clientes”, notou Nuno
Ribeiro.
Não admira, por isso, os bons resultados alcançados pelos
alunos da Etic_Algarve, como sejam os dois videoclips realizados para bandas da
região, mas também os documentários sobre o Sporting Clube Farense e o Teatro
Lethes, dois ícones da capital algarvia. “Foram os jovens que tiveram essas
ideias, que contataram com as pessoas a entrevistar em cada instituição. O
«Follow Me» também é um projeto bastante interessante, produzido por seis
alunos de Fotografia, Vídeo, Design e Música, que estiveram a fazer Erasmus em
Málaga e montaram uma equipa multidisciplinar para conceber essa
curta-metragem”, indicou Nuno Ribeiro, adiantando que essa película vai ser
colocada a concurso em festivais nacionais e internacionais. “Os trabalhos são propriedade
da escola, mas também dos seus autores, dos alunos, e nunca ficam na gaveta, há
uma divulgação permanente. Às vezes, os alunos já terminaram a sua formação na
Etic há dois ou três anos e, de repente, recebem uma menção honrosa num
festival em Pequim ou em Freixo de Espada à Cinta”.
Uma qualidade que não surpreende, de todo, Nuno Ribeiro, que
se encontra em Faro há sete anos. “É preciso que as pessoas percebam que o
Algarve tem muito para dar, que há bastantes coisas para se fazer ao longo de
todo o ano, e essa postura é absolutamente obrigatória numa escola com as
nossas áreas pedagógicas. Aliás, no nosso caso, a procura do mercado é maior do
que a nossa capacidade de oferta. Na Programação e Marketing Digital, por
exemplo, se tivéssemos mais alunos, mais eram colocados de imediato”, garante o
Diretor, apressando-se a lembrar, contudo, que estas profissões não têm o
habitual horário das 9h às 18h. “Nestas áreas trabalha-se a qualquer hora, ao
fim-de-semana, à noite. O que se verifica é uma enorme falta de vontade de
trabalhar, porque muitos jovens estão habituados a lidar com a sazonalidade,
com o emprego de junho a setembro. É uma mentalidade que não é nenhum lisboeta,
armado em São Francisco de Assis, que vai conseguir alterar, têm que ser os próprios
residentes a compreender que o Algarve, hoje, é diferente do que era há 20 ou 30
anos. Tem condições, estrutura, possibilidades e trabalho não falta, o problema
é que as pessoas não querem sair da zona de conforto da hotelaria, restauração,
do turismo”, lamenta.
O que não gera qualquer dúvida para Nuno Ribeiro é que é bem
mais aliciante, e agradável, criar-se conteúdos, produzir-se, quando o
escritório pode ser uma esplanada num centro histórico ou à beira-mar. “Um
programador, um designer, mesmo alguém ligado à fotografia ou ao vídeo, pode fazer
o seu trabalho em qualquer parte do mundo, sem estar no local, porque depois
envia o material todo pela internet. O «novo» escritório pode ser onde nós
quisermos e temos apostado nesse conceito para atrair alunos e profissionais do
norte da Europa”, concluiu o Diretor da Etic_Algarve, uma vez que ia começar a
exibição dos documentários no Foyer do Teatro das Figuras.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Leia a reportagem completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__118
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Leia a reportagem completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__118