Loulé é um concelho que vibra intensamente com o rugby e os seus adeptos têm motivos extra para sorrirem, com a subida do Rugby Clube de Loulé à primeira divisão nacional. Em 2017/2018, sob a liderança do presidente José Moura e do treinador Jo Ajuwa, o objetivo não passa, contudo, pela simples manutenção, mas sim por ganhar jogos de olhos postos nos títulos.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Filipe Rocheta

O Rugby Clube de Loulé surgiu, em 1982, por aglutinação do Núcleo de Rugby de Loulé, criado em 1975, e da secção de rugby do Louletano Desportos Clube, emblema que defendeu nos diversos campeonatos nacionais no escalão sénior. A caminhada começou pela III Divisão, corria a época de 1976/1977, e demorou apenas dois anos para atingir a I Divisão, a atual Divisão de Honra. A 29 de junho de 1982, o Rugby Clube de Loulé formalizou a sua inscrição na Federação Portuguesa de Rugby e passou a disputar o Campeonato Nacional da II Divisão, do qual se sagrou campeão na época de 1989/1990, com a subsequente subida à primeira divisão nacional, onde permaneceria durante duas épocas.
Saltando para o presente, o Rugby Clube de Loulé está de regresso ao escalão principal da modalidade pelas mãos do presidente José Moura, eleito a 31 de agosto de 2016 para um mandato de dois anos, e para quem a paixão dos louletanos por este desporto não é nenhuma surpresa. “Continuamos vivos, de boa-saúde, e esta temporada apostámos forte na equipa sénior para dar também maior visibilidade aos nossos patrocinadores. Estar na primeira divisão traz-nos mais adeptos e praticantes e isso também se traduz em mais jovens na formação”, refere o dirigente, destacando a contratação, no início da última época, de um novo treinador – Jo Ajuwa – para atacar a promoção. “Jogou em equipas profissionais de grande renome em Inglaterra, tem uma enorme experiência e, para nossa sorte, vive em Vilamoura com a família. Ajudou-nos a atingir parte dos objetivos traçados, só faltou mesmo sermos campeões da divisão, ficamos em segundo lugar”.
A aposta em Jo Ajuwa é para continuar e, em 2017/2018, este vai acumular as funções de jogador e treinador, com o intuito de contribuir para uma alavancagem à equipa e ao clube. “Queremos fazer evoluir o nosso rugby em termos de formação para que, no futuro, possamos alimentar a equipa sénior com a prata da casa. O grosso dos atletas são do concelho de Loulé, mais alguns de Faro e Albufeira”, indica José Moura, ao mesmo tempo que destaca o papel de Faustino Pires e João Adelino Gonçalves na história do clube. “O Faustino tinha jogado na Escola Agrícola em Évora e, quando veio para o Algarve, foi o grande dinamizador do rugby em Loulé. Meteu este «bichinho» em muita gente, foi dos primeiros treinadores e o primeiro presidente, numa altura em que eramos todos jogadores e dirigentes. Depois veio o João Adelino Gonçalves, que segurou um bocadinho as rédeas da juventude desenfreada e manteve o clube sustentável, estrutural e economicamente, durante muitos anos”, recorda o entrevistado, à conversa a poucos metros do Campo de Treino João Adelino Gonçalves.