O executivo lagoense liderado por Francisco Martins aproveitou o último dia da FATACIL para apresentar publicamente, a 27 de agosto, o projeto do futuro Parque Urbano Municipal de Lagoa, que virá trazer nova vida e identidade ao coração da cidade, mas também à histórica feira.
O recinto que atualmente está dedicado a um dos mais importantes certames do país, murado e com uma mancha de ocupação equivalente a 1/5 do tecido urbano de Lagoa, acaba por constituir um bloqueio à circulação e crescimento da cidade, tendo também perdido a sua capacidade de resposta às exigências, quer infraestruturais, quer de espaço, do evento. Deste modo, a ideia é conceber um desenho urbano que proporcione uma simbiose entre espaço verde público, recinto de eventos e equipamentos desportivos e que estes possam coabitar, de forma viva e dinâmica, ao longo de todo o ano.
Posto isto, o novo Parque Urbano Municipal de Lagoa é desenhado num sistema de talhões de diferentes tipos de pavimentos que, no seu conjunto, criam uma vasta mancha verde que explora momentos de paisagem aberta, de sombra, de água, de descanso, de lazer e de desporto. Em simultâneo, parte desses talhões são cuidadosamente distribuídos e compostos por pavimentos capazes de absorver a realização da FATACIL e outros eventos como o mercado semanal, que se podem apropriar pontualmente das praças criadas.


O grande parque urbano, na sua forma em «L», é composto por duas direções principais a partir do canto que contata diretamente com o centro da cidade. A partir da grande praça que aí se desenha, em direção a Sul, dispõem-se, renovados e numa estreita relação com o desenho do parque, os campos de futebol do Grupo Desportivo de Lagoa, bem como o ringue de patinagem, conjunto que liga a malha urbana à sua nova área de expansão. Da mesma praça, mas na direção Nascente, o parque cose e integra diversos vazios urbanos que existem nos dias atuais, sendo rematado por um novo picadeiro capaz de albergar competições internacionais.
Um novo restaurante foi estrategicamente colocado no centro do parque e um novo edifício público faz frente de rua, ajudando a definir urbanisticamente o remate do quarteirão. Este edifício agregará programas essenciais à FATACIL, designadamente uma sala de trabalho/serviços administrativos, auditório/sala de imprensa, bilheteiras, instalações sanitárias, armazém ou posto de informação. “O projeto vem dar resposta a uma velha ambição dos lagoenses, um parque para a cidade e para as famílias, para se desfrutar 365 dias por ano e não apenas para 10 dias de feira. Esta é uma lacuna muito grande que Lagoa tem”, referiu Francisco Martins, presidente da Câmara Municipal de Lagoa.


Conforme indicado na apresentação, o futuro parque ocupará a zona onde acontece a FATACIL e o mercado semanal, mais algumas áreas que se encontram nas traseiras do campo de futebol, e implicará um investimento na ordem dos sete milhões de euros, repartidos por, pelo menos, três anos. “Não queremos colocar em causa a realização da feira e, muito menos, comprometer as finanças do Município. Temos um concelho inteiro para gerir e não podemos gastar o orçamento todo de uma só vez e apenas numa obra”, justificou o autarca, adiantando que, depois de efetuado o projeto de arquitetura, segue-se a elaboração do caderno de encargos e a abertura do concurso público internacional. “Mas gostaria que, em 2018, a primeira fase já fosse feita”, acrescentou Francisco Martins.
O projeto é ambicioso, portanto, a câmara municipal vai estar atenta a possíveis ajudas comunitárias, por exemplo em aspetos como a eficiência energética, uma vez que se vai investir numa rede elétrica completamente nova, ou da mobilidade. “Há 20 anos que se anda a falar disto e finalmente demos um passo em frente para responder a um dos anseios dos lagoenses. E não só se monta bem a FATACIL como ela hoje é, como ainda se aumenta a área de exposição e se criam novos espaços e valências”, finalizou Francisco Martins.

Texto: Daniel Pina