O arquiteto José Alberto Alegria encontra-se a desenvolver
um «Centro Interpretativo de Boas Energias», que fará parte do Parque do Cerro
de Malpique, onde o tradicional moinho da antiga vila de Albufeira foi
inaugurado, a 20 de agosto, no âmbito das celebrações do Dia do Município. O
projeto foi já adjudicado ao seu atelier, pelo valor de cerca de 75 mil euros.
José Alberto Alegria tem desempenhado um papel de destaque
no âmbito da arquitetura contemporânea, quer em Portugal, quer no estrangeiro,
muito em especial em Marrocos, país do qual é cônsul. Com diversos trabalhos
premiados, foi pioneiro em Portugal na renovação da geo-arquitetura e das
modernas Arquiteturas em Terra e tem tido um percurso de continuidade, entre a
Arquitetura Tradicional do Mediterrâneo e a Arquitetura Contemporânea, e entre
a Arquitetura do Sul de Portugal e as Arquiteturas de Magreb. É também membro
fundador das Organizações «Geodomus Internacional», com sede em Barcelona, «MultiCulti
- Culturas do Mediterrâneo», com sede em Mértola e «Associação Al Mouatamid Ibn
Abbad – para a Cultura Islâmica e Mediterrânica», pertencente à Universidade do
Algarve. É ainda Professor Convidado do Mestrado «Portugal Islâmico e o
Mediterrâneo» da Universidade do Algarve.
Em 1998/1999 realizou, por convite do Instituto Português do
Património Arquitetónico (IPPAR), o «Estudo, Análise e Propostas de
Consolidação das Muralhas de Taipa do Castelo de Paderne», em Albufeira. Mais
tarde, em 2007, passou a integrar o grupo de reflexão sobre uma nova cultura
da água no Mediterrâneo, da Fundação Anna Lindt sediada em Alexandria, no
Egipto. Mais recentemente, em 2012, foi integrado como Investigador no Centro
de Investigação em Território, Arquitetura e Design (CITAD) da Universidade
Lusíada de Lisboa.
De acordo com José Alberto Alegria, este novo trabalho
respeita as características geológicas do local, as tipologias estruturais
existentes e as exigências técnicas do programa pretendido, o qual prevê que
aquele espaço à entrada da cidade seja um parque de divulgação das energias
renováveis. Para esse centro, vai utilizar a edificação já existente, pelo que
considera as antigas e eficientes práticas de ventilação e iluminação natural,
mas irá recorrer aos mais recentes equipamentos de produção de energia
renovável, com balanço energético próximo do zero.
Este novo trabalho arquitetónico de José Alberto Alegria compreende também uma interligação do edificado com a mancha verde de espécies autóctones da envolvente, introduzindo o elemento água, como símbolo patrimonial das civilizações mediterrâneas. Assim, serão criados percursos pedonais de acesso e visita ao longo da escarpa do cerro, que permitirão a observação de espécies vegetais existentes, constituindo uma mais-valia lúdica para os visitantes. O edifício pretende ainda incluir um estabelecimento de bebidas, que sirva o seu interior e exterior, permitindo que os visitantes beneficiem da vista panorâmica do local.