Assinalou-se, a 27 de setembro, o Dia Mundial do Turismo e o Algarve, a principal região turística de Portugal, tem motivos para sorrir, devendo terminar o ano com cerca de 20 milhões de dormidas. Os números não mentem, a atividade está a crescer a bom ritmo e a sazonalidade já não é o «bicho-papão» de outros tempos, mas ainda não é hora de «lançar os foguetes», muito menos de adormecer «à sombra da bananeira», mas sim de continuar a oferecer produtos e serviços de qualidade para fidelizar quem elege o Algarve para as suas férias.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

O Dia Mundial do Turismo foi comemorado em vários concelhos do Algarve, mas também no Aeroporto Internacional de Faro, onde a Região de Turismo do Algarve levou a cabo uma ação de charme junto de quem entrava no país pela via aérea. Poucos dias antes, o Algarve já tinha sido considerado, pelo segundo ano consecutivo, como a melhor região turística de Portugal e os números de 2017 são, de facto, animadores, depois de mais um Verão a abarrotar. “Até final de julho tivemos quase 11 milhões de dormidas, que correspondem praticamente a um terço do total nacional, o que significa que as taxas de ocupação subiram claramente na primeira metade do ano. Em julho e agosto não há espaço para grande crescimento porque o Algarve está quase lotado, mas, nos últimos dois anos, houve um aumento das dormidas e dos proveitos na chamada época baixa”, indica Desidério Silva, presidente da RTA.
Algarve que, também pelo segundo ano consecutivo, voltou a ser distinguido como «Marca de Confiança» pelas Seleções Reader’s Digest, a que se somam os habituais prémios de Melhor Destino de Golfe e Melhor Destino de Praia atribuídos por diversas publicações internacionais. “Os indicadores apontam para números bastante interessantes para outubro e novembro, sabemos que janeiro e fevereiro são os meses mais complicados, mas também sabemos que, a partir de fevereiro, a procura pela região está a intensificar-se junto dos operadores turísticos. É um sinal de que o Algarve está a tornar-se mais sustentável, não só pelo «sol e praia», mas pelo turismo de natureza, o «cycling & walking», a observação de aves, a gastronomia, o património e a cultura”, entende, não esquecendo as atividades marítimo-turísticas e a vela, esta última beneficiando da criação de um centro de alta competição em Vilamoura. “Vamos ter, em 2018 e 2019, duas provas para o Campeonato do Mundo de Vela”, relembra.
João Luís Soares, representante no Algarve da Associação de Hotelaria de Portugal
Parece, assim, que o «bicho-papão» da sazonalidade já não é tão assustador como antigamente, mas Desidério Silva não concorda com aqueles que afirmam que o Algarve está melhor sobretudo devido aos males dos seus concorrentes, nomeadamente os países da Bacia do Mediterrâneo e do resto da Europa, que têm sido flagelados por constantes episódios de insegurança. “Raramente se valoriza o nosso trabalho e esforço, a nossa oferta, é sempre mais fácil falar dos problemas dos outros. No entanto, há inúmeros pontos em todo o mundo que são alternativas a esses destinos que eram muito procurados há poucos anos e, se o Algarve está a crescer, é porque também existe oferta de qualidade, um conjunto de atributos que são atrativos. Neste contexto, é fundamental fidelizar aqueles que visitam o Algarve pela primeira vez, com experiências positivas, com oferta diversificada, com segurança e tranquilidade”, defende o entrevistado.