No âmbito das comemorações do Dia Municipal para a Igualdade, o Auditório Municipal de Lagoa recebeu o projeto pedagógico de combate à violência no namoro «Amar-te e Respeitar-te», direcionado para os alunos do 3.º ciclo e ensino secundário. O cabeça-de-cartaz do projeto é o músico Jimmy P, cujas letras deram também origem a um livro sobre esta importante temática dos tempos modernos.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Desde 2010 que, a 24 de outubro, autarquias locais e organizações de todo o país assinalam o Dia Municipal para a Igualdade, que realça a ideia de que «Igualdade é Desenvolvimento». Foi nesse contexto que a Câmara Municipal de Lagoa dinamizou, no Auditório Municipal, o projeto pedagógico de combate à violência no namoro «Amar-te e Respeitar-te», com sessões para estudantes do 3.º ciclo e ensino secundário da rede pública, para além de distribuir livros por toda a Rede de Bibliotecas Escolares do concelho de Lagoa. “Estamos empenhados em que homens e mulheres, meninos e meninas, rapazes e raparigas, tenham os mesmos direitos, que façam aquilo de que gostam e para o que tem apetência, sem serem descriminados ou olhados de forma diferente por pretenderem seguir uma carreira que está, historicamente, associada ao outro sexo”, frisou Luís Encarnação, vereador da autarquia lagoense no início da sessão. “Em Lagoa, queremos ser uma sociedade plural que respeite de igual forma os direitos de homens e mulheres”, salientou ainda o responsável pelo pelouro da Educação.
O projeto «Amar-te e Respeitar-te» é desenvolvido pela «Betweien», em coautoria com o músico Jimmy P, e o objetivo é dotar os/as jovens de ferramentas de diagnóstico e de prevenção de comportamentos agressivos nas relações de namoro, dos próprios e/ou dos seus pares, de forma a contrariar o crescimento deste fenómeno na sociedade portuguesa. O projeto inclui temas originais musicados por Jimmy P e uma peça baseada nas histórias reunidas num livro e adaptadas ao teatro. Histórias ficcionadas sobre casos de violência no namoro que mostram três realidades distintas: a que é percecionada pela vítima masculina, com a história «Os homens não choram!»; a sentida pela vítima feminina, com o caso «Quanto mais me bates…»; e a de uma relação de namoro vivida nos planos real e virtual, com a história «Todos os dias da nossa vida real e virtual!».
O livro inclui as letras das músicas que Jimmy P compôs para o projeto - «Ficar bem», «Quando dá errado» e «Como tu» - e identifica também os vários passos para o desenvolvimento de uma campanha de combate à Violência no Namoro na Escola. “Grande parte do meu público é jovem e estudante e, face à minha exposição social e àquilo que eu represento como artista, fazia todo o sentido abordarmos esta temática. Muitas vezes a sociedade reage de uma forma mais ou menos dormente, até com uma perspetiva misógina deste contexto, e quisemos levar isto junto das pessoas de uma forma criativa e construtiva para que elas reflitam e atuem”, explicou Jimmy P o seu envolvimento no «Amar-te e Respeitar-te». “Tenho a felicidade e sorte de ter uma grande proximidade com os meus fãs, sobretudo com aqueles que me acompanham desde o início da minha carreira. Há quatro anos, uma dessas pessoas viveu uma situação abusiva de violência no namoro, partilhou comigo a sua experiência e eu nem sabia como reagir, que conselhos dar. Hoje, em virtude da minha participação neste projeto, percebo que esta problemática é bastante mais complexa e profunda do que aquilo que parece e convém estarmos preparados para uma eventualidade destas, que pode não acontecer connosco, mas com pessoas que conhecemos”, reforçou o artista.