No âmbito de algumas iniciativas que a Direção Regional de
Agricultura e Pescas do Algarve tem vindo a realizar no sentido de dar a
conhecer, in loco, a realidade, mais-valias e necessidades da região nas
vertentes agrícola e das pescas, o presidente do IVV – Instituto da Vinha e do
Vinho, Frederico Falcão, aceitar o convite para participar num visita de um dia
pelos produtores de vinho do Algarve e ficar a conhecer melhor a realidade do
setor vinícola na região, sabendo-se que se trata do instituto público
responsável pela coordenação geral e promoção vitivinícola em Portugal. A CVA –
Comissão Vitivinícola do Algarve acompanhou a visita, que passou pela Quinta do
Francês, em Odelouca (Silves), Quinta do Barranco Longo (Algoz) e Casa Santos
Lima (Tavira).
Apesar de não visitar frequentemente o Algarve, Frederico
Falcão garantiu estar atento à grande evolução e desenvolvimento dos Vinhos do
Algarve. “O objetivo desta deslocação é tomar presencialmente o pulso do que
está a ser feito, entender os problemas ou as dificuldades e perceber que
melhorias se podem realizar. É essencial que isto seja feito no terreno para haver
uma correta tomada de decisões”, frisou o responsável, adiantando que o Algarve
tem um potencial enorme, quer em termos de quantidade, como de qualidade. “Sobretudo
pela capacidade de «venda à porta» como nenhuma outra região tem, devido ao
mercado turístico, e também por ter um lado, que tende a ser visto como
negativo, mas que eu vejo como positivo, que é o de ser ainda uma região pouco
conhecida. Isso dá-lhe a capacidade de criar um percurso novo de afirmação dos
seus vinhos sem qualquer ideia preconcebida”, justificou.
Dentro desta linha de pensamento, o presidente do IVV
destacou o “potencial fantástico para vinhos brancos de qualidade, suportados
pela elevada procura no Verão, pelo que o Algarve deve ver o futuro
vitivinícola com confiança, entusiasmo e ambição”. Sobre a questão do vinho
estar de fora do aumento do imposto sobre as bebidas alcoólicas no próximo
Orçamento de Estado, Frederico Falcão mostrou-se satisfeito com a decisão, “pois
trata-se de uma batalha grande do setor que vê desta forma o reconhecimento do
governo da sua importância estratégica nacional”.
Também o presidente da DRAPALG, Fernando Severino, confirmou
que a viticultura no Algarve está numa fase ótima. “A plantação atual de vinhas
é totalmente feita com investimento privado, o que demonstra o crescimento
autónomo sem necessidade de subsídios e de forma mais sustentada e autónoma. Há
ainda muito espaço e condições para o setor crescer em termos agrícolas na
região, como se verifica no Sotavento Algarvio, no Barrocal e até na Serra”. O dirigente
recordou igualmente que a DRAPALG acarinha de forma genuína os Vinhos do Algarve,
“dando-lhes destaque em todos os eventos em que este organismo participa, desde
a Feira da Dieta Mediterrânica à Feira dos Frutos Secos, passando pela FATACIL”.
Fotos: Vico Ughetto/CVA