A Eurocidade do Guadiana, constituída pelos municípios de Ayamonte, Castro Marim e Vila Real de Santo António, acaba de ser reconhecida como Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT), o que torna mais fácil a cooperação transfronteiriça transnacional entre as três autarquias, dando-lhes, por exemplo, a possibilidade de se candidatarem diretamente, enquanto órgãos de poder local e regional de diferentes Estados-Membros, aos fundos europeus e de os gerirem.

Através deste estatuto, concedido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento e Coesão, no caso português, pode também ser confiada à Eurocidade do Guadiana a execução de programas cofinanciados pela União Europeia ou de outros projetos de cooperação transfronteiriços. “Este reconhecimento reforça ainda mais a união entre as três autarquias, que podem assim aceder a projetos e fundos europeus, beneficiando das economias de escala e ampliando o raio de ação das suas medidas, que passam agora a beneficiar dois países e duas regiões em simultâneo”, confirma Conceição Cabrita, presidente da Câmara de VRSA, município que assume atualmente a presidência da Eurocidade. Tal pode abranger a gestão de meios de transporte ou de hospitais, a execução de planos de desenvolvimento transfronteiras, bem como a gestão de programas conjuntos para financiar projetos de interesse.

Os AECT foram criados em 2006 pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, com o apoio político do Comité das Regiões. São entidades jurídicas criadas para facilitar a cooperação transfronteiriça, transnacional ou inter-regional na União Europeia e permitem que as autoridades regionais e locais e outras empresas públicas de diferentes Estados-Membros criem agrupamentos dotados de personalidade jurídica para prestar serviços conjuntos. Regra geral, possuem membros em, pelo menos, dois Estados-Membros, apesar de existirem regras especiais em caso de participação de países e territórios ultramarinos e vizinhos.