Emocionado e com uma lágrima no canto do olho foi assim que, ao entrar em território português, me despedi, em nome dos «Marafados do TT - Grupo de Todo Terreno», dos 23 participantes que integraram a caravana de oito veículos 4X4 que, tendo partido a 26 de dezembro de 2017 e regressado a 6 de Janeiro de 2018, percorreram três mil e 600 quilómetros, ligando o Município de São Brás de Alportel ao Sul do Reino de Marrocos. Foram 12 dias de emoções fortes, esforço e dedicação que culminaram na chegada ao Algarve da expedição «São Brás de Alportel - Marrakech, Memorial João Rosa Beatriz».

Há cerca de um ano, Pedro Lopes, um dos fundadores dos «Marafados do TT», comunicou-me a ideia e davam-se os primeiros passos para esta iniciativa. Estávamos perante uma série de acontecimentos, uns mais longínquos em termos históricos, outros mais contemporâneos, que adicionavam os ingredientes necessários e nos impulsionavam a avançar em direção a Sul.

Os três pilares a suportar esta iniciativa

Por um lado, João Rosa Beatriz e a ligação a Marrocos. Republicano convicto que, a 1 de junho de 1914, foi responsável pela elevação da aldeia de São Brás de Alportel a sede de Concelho. Mais tarde viria a ser vice-cônsul em Mazagão (atual El Jadida), tendo vivido o resto da sua vida no Reino de Marrocos, onde faleceu em 1960. 

Das mãos do principal impulsionador da iniciativa, Vítor Guerreiro, presidente do Município de São Brás de Alportel, recebi à partida o livro «O Testemunho Político de João Rosa Beatriz», livro esse que nos acompanhou e foi sendo apresentado aos participantes durante a nossa viagem.

Por outro lado, o Protocolo de Cooperação celebrado em 2005 entre o Município de São Brás de Alportel e a Commune Urbaine de Ouezzane, que estabelece pontes entre estas duas cidades tão afastadas mas ao mesmo tempo tão próximas. Protocolo esse explicado pela Vereadora Marlene Guerreiro, que mais tarde se iria juntar a nós na viagem.

Por último, a vontade de desmistificar e dar a conhecer o Reino de Marrocos. Para este ponto é essencial a presença do Cônsul-Honorário do Reino de Marrocos no Algarve, Arq. José Alegria, que desde a primeira hora se mostrou inteiramente à nossa disposição para enquadrar a iniciativa em termos históricos, para facilitar a comunicação entre os dois Municípios e também para garantir que a nossa delegação em Marrocos fosse recebida pelas entidades locais de forma exemplar, como viria a acontecer. Aliás, esteve em contacto praticamente diário connosco enquanto durou a expedição, de modo a acompanhar o evoluir dos acontecimentos.

Texto: António Vilela | Fotografia: Anabela Vieira e Pedro Lopes

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