O Serviço Municipal de Proteção Civil da Câmara Municipal de
Silves tem vindo a desenvolver e a consolidar ao longo dos últimos anos um
conjunto de medidas na prevenção estrutural, de vigilância, de apoio ao combate
e de adoção de medidas preventivas de antecipação que procuram minimizar os
riscos de incêndio florestal. “Estamos conscientes das especificidades do
território do concelho e, por isso, estamos a desenvolver um trabalho de fundo
que visa a prevenção estrutural de larga escala, que nos permita a sectorização
do território, identificando locais estratégicos e estabelecendo importantes
áreas de retardamento à progressão do fogo, que nos permitam, em situação de
catástrofe, a oportunidade de efetuar o combate às chamas e de proteger a população
junto dos aglomerados habitacionais”, explica a Presidente da Câmara, Rosa
Palma.
Este é um trabalho de continuidade e de planeamento, que
resulta da avaliação das ocorrências do ano de 2017 e anteriores, como explica
Nelson Correia, Comandante Operacional Municipal da autarquia silvense. “Até à
data, foi possível executar uma importante área de proteção à cidade de Silves
através da constituição de um semi-anel contínuo na área periurbana da cidade,
que integra os aglomerados do Enxerim, Monte Branco, Caniné e Caixa de Água e a
execução de mosaicos, aceiros, acessibilidades a pontos de água complementares
na Herdade adjacente de São Bom Homem, propriedade do Município”, diz Nelson
Correia. O projeto foi designado como «Gestão Ambiental e Florestal da Herdade
de São Bom Homem - Operação Montanha Verde e iniciativas conexas», desenvolvido
em conjunto com diversas entidades parceiras, entre as quais o Zoomarine, o
Exército Português, o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Corpo
Nacional de Escutas (através dos agrupamentos do concelho de Silves – Silves, Agrupamento
181; Armão de Pêra, Agrupamento 587; Algoz, 1293 e São Bartolomeu de Messines, Agrupamento
1339), tendo sido um dos quatro projetos nomeados, no ano de 2017, para o
prémio «Município do Ano – Região Algarve».
Em Odelouca também está em curso a execução de uma faixa de
gestão de combustíveis, que permitirá proteger os aglomerados e edificações
isoladas desse local e, em simultâneo, sectorizar o território, isolando uma
área de elevado risco onde, nos últimos anos, tiveram origem inúmeras
ocorrências que causaram enormes prejuízos, quer no Município de Silves, quer
nos concelhos de Portimão e Monchique. “Estas faixas desenvolvem-se por mais de
10 quilómetros lineares e apresentam uma largura variável de acordo com as
especificidades do local”, salienta o Comandante do SMPC.
As intervenções complementam e reforçam outras efetuadas
pelo exército e entidades que cooperam com a autarquia e que foram realizadas
entre 2015 e 2017, permitindo que fosse estabelecida uma área estratégica de
oportunidade ao combate a fogos florestais, localizada entre a Barragem do
Arade (a Oriente) e a localidade de Odelouca (a Ocidente), na ligação entre o
Barrocal e a Serra, junto aos limites administrativos com Portimão e Monchique.
Estas intervenções deverão manter-se durante os próximos meses noutras áreas
florestais do Município.
Paralelamente, está em curso desde o início do ano, um
levantamento cadastral da população residente na área florestal do concelho nas
freguesias de São Marcos da Serra, São Bartolomeu de Messines e Silves. “Este
levantamento tem sido desenvolvido pelos nossos sapadores florestais municipais
e por elementos Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA)”,
esclarece Nelson Correia. Estas equipas identificam todas as edificações
existentes na área florestal, referenciando os edifícios efetivamente habitados
e identificando a faixa etária, condições de mobilidade e de debilidade das
populações residentes nessas casas. “Assim, ser-nos-á mais fácil, em caso de
incêndio, implementar um plano de evacuação”, refere o Comandante do SMPC.
Ao mesmo tempo que se está a fazer este levantamento, os
operacionais no terreno sensibilizam as populações para a obrigatoriedade legal
relativa à limpeza das áreas envolventes às suas residências e sobre os
comportamentos a adotar m caso de incêndio florestal. “Temos um concelho muito
vasto, o segundo maior do Algarve e o sexto maior do país, facto que nos coloca
grandes desafios no que toca à prevenção dos incêndios. Todavia, temos
desenvolvido diversas ações preventivas, várias delas pioneiras e
implementadas, posteriormente, noutras autarquias, como foi o caso da
colaboração com o Exército Português. E queremos continuar a trabalhar no
sentido de melhor proteger as nossas populações, empregando metodologias de
trabalho e estratégias que nos permitam operar em rede, recorrendo a equipas
multidisciplinares, quer internamente, quer externamente e encontrar respostas
resultantes da partilha de recursos, que são inovadoras e rentabilizam recursos”,
frisou Rosa Palma.