A Câmara Municipal de Olhão tem levado a cabo, nos jardins-de-infâncias e escolas do 1.º e 2.º Ciclos do concelho, várias ações de sensibilização com vista à prossecução de hábitos alimentares mais saudáveis. A mais recente designa-se «Lanches Saudáveis» e o objetivo é alertar para o desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina e Adilson Vicente/CMO

O objetivo é simples: promover hábitos de alimentação saudável junto dos mais jovens e numa idade cada vez mais precoce, para se evitar o desenvolvimento de doenças como a obesidade, diabetes, hipertensão arterial e hipercolesterolemia. Para esse fim, a ação mais recente do Município de Olhão, através da sua Divisão de Educação e Desporto, é um conjunto de workshops junto dos alunos dos jardins-de-infância e do 1.º e 2.º Ciclos do concelho, denominada «Lanches Saudáveis» e orientada e promovida por nutricionistas, sendo adaptada consoante a idade das crianças junto das quais é implementada. “As refeições dos jardins-de-infância e do primeiro ciclo são uma competência do Município e isso não se limita apenas a servir o almoço, mas também a transmitir informação às crianças, da forma mais lúdica possível, mas os ensinar a comer melhor”, justifica a engenheira biotecnológica Inês Neves.

O trabalho no terreno tem sido conduzido por estagiários da Ordem dos Nutricionistas de Portugal ou da Universidade do Algarve, como é o caso de Cristiana Nascimento, e depressa se constata que os hábitos alimentares precisam, de facto, de serem modificados. “No jardim-de-infância, a alimentação é mais influenciada pelos hábitos dos pais, contudo, à medida que os jovens vão crescendo, há outros fatores que interferem nas escolhas, até aquilo que os colegas comem. Mas também a publicidade que se vê na televisão, ou vamos aos supermercados e as embalagens dos chocolates são muito mais apelativas do que uma peça de fruta ou um legume”, refere Cristiana Nascimento. “Com esta intervenção, pretende-se que tenham uma maior consciência das escolhas que estão a fazer. Não dizemos o que eles têm obrigatoriamente que comer, explicamos, sim, as consequências das opções que estão a tomar”, acrescenta.

Consequências que, diga-se em abono da verdade, até são sobejamente conhecidas da generalidade das pessoas, que sabem bem o que lhes reserva o futuro se abusarem sucessivamente dos doces ou gorduras, por exemplo. “A ideia é que eles decidam alterar os seus hábitos por livre e espontânea vontade, e não por isso lhes ser imposto”, indica Cristiana Nascimento, confirmando que, nestas idades, a irreverência vai aumentando e impor algo não é o método mais eficiente. “Também procuro que a minha intervenção seja o mais dinâmica possível para que eles não fiquem aborrecidos, não percam a atenção. Se me limitar apenas a passar informação, podem-se distrair mais facilmente”, observa a nutricionista.